Delação de Livânia e Leandro revela face das forças policiais a serviço da quadrilha girassol e submetidas ao comando de Coriolano
Aos poucos a face oculta das forças policiais está sendo desvendada pelas sucessivas delações. Pela segunda vez, a Casa Militar citada como parte integrante e atuante do esquema criminosa instalado por Ricardo Coutinho nos oito anos que expropriou o estado e que ainda continua em ação nos subterrâneos do Governo.
Depois de Leandro Azevedo agora a vez de Livânia confirmar que as fardas também agiam sorrateiramente no recebimento e escolta do dinheiro da propina recolhido de voos fretados, que pousavam no hangar do Estado nas madrugadas alcoviteiras.
A frente dessa movimentação criminosa, um coronel da Polícia Militar, Chefe da Casa Militar, responsável pela segurança do governador e também pelo dinheiro que a organização criminosa arrecadava junto a empresários beneficiados com contratos leoninos.
Apesar de reiteradas denúncias de que, forças militares se prestavam para acobertar e proteger a organização criminosa às quais outros delatores, como Daniel Gomes, já haviam se referido, apontadas como subalternas e submetidas ao comando do mais perigoso membro da organização – o irmão do Poderoso Chefão, Coriolano Coutinho – até agora as investigações não avançaram para identificar se mais alguém, além do coronel delatado também integrava a equipe de apoio.
Essa lacuna nas investigações chama atenção e espalha dúvidas quanto à imparcialidade da Operação Calvário relutando em mergulhar nesse mundo sombrio construído pelo ex-governador Ricardo Coutinho e que teria por parâmetro a espionagem semelhante as que davam suporte aos regimes totalitários, espalhando terror, ameaças e a chantagem, submetendo poderes e autoridades.
Que elas existem todo mundo sabe e já tem conhecimento, agora até onde vai seu poder de infiltração e as múltiplas missões que teriam dentro do esquema ainda está para ser averiguado e pela morosidade deve se arrastar por bom tempo haja vista as relações muito estreitas que os principais suspeitos detêm na estrutura social onde convivem com promotores, juízes e desembargadores e até o governador em clima de lua de mel.
Ele teria a chave do Mistério
Poderiam chamar para esclarecimentos os que detêm cargos nas forças policiais legalmente constituídas, ao exemplo do comandante geral da Polícia Militar, em tese o superior do coronel delatado como guarda costa da propina e que cedia os hangares do estado para essas operações criminosas.
Ninguém mais abalizado para fornecer essas explicações que o comandante geral, além de superior do coronel acusado, tinha com ele laços de parentescos.
Esses fatos são passados há pelo menos nove anos e durante todo esse tempo o homem designado para impor a lei de forma preventiva e ostensiva desconhecia toda essa movimentação nas suas barbas, o que o torna passível de exoneração ou pela cumplicidade, negligência ou omissão.
Mas, se nem mesmo o Governo, alvo preferencial dessas investidas, manifestou preocupação ou indignação com as ações de espionagem, confirmadas pela prisão de agentes, agindo dentro de secretarias e gabinetes, e cujos inquéritos e sindicâncias caminham para o forno de onde deve sair monumental pizza, comprovando o poder infernal que essas ditas forças policiais possuem, que dirá um comandante tíbio e taxado de “bundão” pelo padrinho.
Mesmo reconhecendo a existência e já sabendo quem as controla, a Justiça e o Ministério Público ainda não revelaram preocupação em arrancar o véu que envolve esse poder sinistro e misterioso que arrasta suas correntes pelos caminhos tenebrosos do poder, subjugando políticos, conselheiros, juízes, desembargadores, ministros e tudo o que é autoridade, não só no estado, mas, também, além de suas fronteiras, como ficou demonstrado no episódio do Habeas Corpus concedido ao Poderoso Chefão.
Enquanto as autoridades não se manifestam, essas forças tenebrosas continuam em seus postos, zombando da Lei e da Justiça.