Deputado confirma a existência de espionagem no Governo, exige energia e autoridade ao governador e cobra exoneração de Euller
Nada mais contundente e devastador do que o pronunciamento do deputado Cabo Gilberto no plenário da Assembleia Legislativa sobre o episódio de arapongagem, que estarrece a opinião pública, por todos os ingredientes até agora revelados, mostrando o quanto é grave e assustador o momento que vive a Paraíba, onde autoridades são espionadas a partir do secretário de Segurança Pública e possivelmente o governador.
Sem meias palavras, o deputado levou para dentro do Parlamento um assunto que vem incendiando a imprensa, mas que foi abordado de forma tímida e superficial pela maior autoridade do estado transferindo para os suspeitos à missão de investigar, o que representaria na prática entregar a chave do galinheiro para a raposa.
O Deputado Cabo Gilberto diz, com todas as palavras, que existe aquilo que o comandante refuta veementemente: a arapongagem no Governo e oferece exemplo dessa atividade clandestina com o episódio de Claudio Lima e com a compra de equipamentos, destinados à escuta, o que não seria atividade constitucional da Polícia Militar.
Ele também denuncia que a senha de segurança da Secretaria teria sido alterada ou removida impedindo que as imagens do ocorrido ficassem gravadas no sistema, mas cenas registradas por outro aparelho possibilitaria a reconstituição exata dos fatos.
No vídeo, que circula na internet, o deputado também cobra explicações sobre o desaparecimento do equipamento AIKO, de paradeiro desconhecido, que se prestaria a caráter para a missão secreta do espião P2, pego em flagrante nas proximidades do gabinete de Jean Francisco.
O deputado também questiona a isenção do Comando Geral para apurar os fatos escandalosos, que apontam para a existência de uma rede de espionagem dentro do Governo socialista, voltada supostamente para colher informações, que podem ser usadas para constranger, tolher e chantagear autoridades governamentais.
Ele enfatiza que o espião flagrado na Secretaria não agia isoladamente nem autonomamente. “Ele estava cumprindo missão”, dispara o deputado: “estava a serviço de alguém, cumprindo ordens de alguém acima dele, não pode ser punido isoladamente nem estaria agindo por conta própria como pretende o comandante”.
O deputado também cobra uma postura mais decidida do governador sabedor antecipadamente dos fatos, porque informado por relatórios de que existe essa rede de espionagem dentro do seu Governo, e isso o obriga tomar posições fortes para conter essa invasão, que atenta contra o Estado Democrático, enfatiza o deputado Gilberto.
Para o deputado ao não tomar ou a transferir responsabilidades e relutar em exonerar o comandante geral, o governador atesta que existe realmente uma rede de espionagem e que ele pode estar submetido a ela em razão da tibieza em assumir o controle da situação.
Cabo Gilberto exige respostas rápidas, e a altura dos acontecimentos, já que a denuncia partiu do secretário de Segurança Publica, revelando por relatórios, que estaria sendo vasculhado por espiões ligados ao comandante geral da Polícia Militar.
Nada pode ser mais grave, constata o deputado e cabo da Polícia Militar, preocupado com a imagem da corporação e com os desdobramentos, que evoluem para responsabilizar e punir o menor.