Dia do Repórter, o profissional que conta histórias reais
Hoje, 16 de fevereiro, é o Dia do Repórter. Todo repórter é jornalista, mas nem todo jornalista é repórter, função que exige, além de um bom texto, o “faro” para a notícia e o talento para apurar a notícia e contar histórias.
O Jampa News faz questão de celebrar a data homenageando os profissionais que, através dos veículos onde atuam – portais de notícias, TVs, rádios e jornais – levam ao leitor a informação apurada com responsabilidade.
Mas, quem teria sido, de fato, o primeiro repórter brasileiro? Aquele que foi a campo levantar informações, apurar e, depois, escrever a história?
Historiadores apontam que o escritor Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, seria o primeiro repórter do Brasil, em razão da cobertura da Guerra de Canudos para O Estado de São Paulo, em 1896. Ele foi a campo entrevistar prisioneiros, levantar informações sobre Antônio Conselheiro e acompanhar a incrível história que se passava no sertão baiano, levando o Exército a combater com armamentos pesados uma comunidade sócio-religiosa.
Não é demais lembrar que hoje a atividade do repórter mudou significativamente. Há quarenta anos, por exemplo, os repórter em João Pessoa trabalham em máquinas datilográficas, andavam mais a pé do que carro à cata das notícias, não dispunham de Google que lhes socorresse instantaneamente em vários casos – as redações mantinham grandes salas com seus arquivos de recortes de jornais e fotos – e, muito menos, da questionável Inteligência Artificial. Não se fazia entrevista por WhatZapp. No máximo, por telefone. Não havia e-mail.
O jornalista Luiz Carlos Sousa, que hoje atua como editor de Política do Jornal A União – o único diário impresso, na atualidade, na Paraíba -, lembra de seus tempos de repórter nesse mesmo veículo, no início dos anos 80.
“Sempre que penso no repórter associo à imagem de alguém autorizado pela sociedade a olhar através do buraco da fechadura. É um profissional cujo compromisso é informar, divulgar, denunciar, enfim, fiscalizar. Para isso entrevista, pesquisa, checa, apura, ‘enche o saco’ das fontes, compara dados e busca mais de uma versão para os fatos, num incessante trabalho de vai e vem que não para”, descreve.
Na sua opinião, a essência do jornalismo está nessa personagem já romantizada pela boemia, muitas vezes, solitária, “mas sempre solidária em defesa dos aflitos e do princípio constitucional de acesso à informação. Essa história que se parece com a de muitos colegas é também a minha nesses 44 anos dedicados ao jornalismo, sem esquecer um dia sequer que tudo começa com o cumprimento de uma pauta e que a busca pela informação não tem fim”.
Foto de Henri Mathieu-Saint-Laurent/Pexels