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Domingo de Ramos abre oficialmente a Semana Santa, hoje; conheça a história

Celebrado neste dia 2 de abril, uma semana antes da Páscoa, o Domingo de Ramos representa na fé cristã o início da Semana Santa. Segundo os padres, esse é um momento de reencontro com o Cristo, de alegria e também de reflexão, pois tem relação simbólica com a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém. Nesse período, as igrejas católicas realizam missas e procissões atraindo milhares de fiéis que costumam comparecer aos encontros religiosos levando um ramo de algumas plantas como palmeira e oliveira. (via jornal A União*)

“Na liturgia do Domingo de Ramos revivemos dois aspectos fundamentais da Páscoa. Primeiro, a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém, com o anúncio do triunfo dele na ressurreição. Nessa celebração, também trazemos a memória da Paixão, que marca a libertação da humanidade. Esses dois aspectos são bastante enfatizados na Procissão de Ramos”, declarou padre Liginaldo dos Santos Miguel, vigário da Paróquia Virgem Mãe dos Pobres, situada no bairro pessoense do Jardim Planalto.

Segundo Liginaldo dos Santos, se por um lado o momento é de festividade por causa da representatividade da chegada de Jesus à Jerusalém, por outro, a comunidade é convidada a meditar sobre o início da Semana Santa. Na história bíblica, contada há milhares de anos, quando o filho de Deus chegou à Jerusalém, em Israel, foi recebido com alegria e esperança, uma vez que eles saudavam o messias que viera ao mundo salvar o povo do pecado e da morte. Diz a bíblia que, durante a saudação, as pessoas seguravam ramos de árvores.

O gesto tornou-se um hábito seguido até hoje. “As igrejas ainda seguem essa tradição, recordando a entrada triunfante, solene e festiva de Jesus em Jeusalém”, frisou Liginaldo. Segundo ele, os ramos usados nas celebrações deste domingo que antecede à Páscoa são guardados e usados para formar as cinzas da Quarta-feira de Cinzas do ano seguinte, outro importante encontro religioso do calendário católico que indica o início da Quaresma.

O padre Tobias Gleriston, da Paróquia de Nossa Senhora da Luz, situada no município paraibano de Pedra Lavrada, forania do Sericar, acrescentou que essa receptividade festiva mostra que Jesus foi reconhecido como rei. “Na fé católica, os ramos ainda significam: Hosana ao filho de Davi”.

Com o início da Semana Santa, os fiéis começam a reviver a memória da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, relembrando a passagem do filho de Deus na Terra. “É uma semana abençoada e santificada que fortalece cada vez mais a fé do nosso povo”, declarou Gleriston.

Programação religiosa

O Domingo de Ramos será celebrado em várias paróquias da Paraíba. Confira a programação divulgada pela Arquidiocese da Paraíba e Diocese de Campina Grande sobre os eventos que serão realizados nas catedrais das duas cidades.

Em João Pessoa – na capital paraibana haverá três celebrações, nesse dia 2, segundo a Arquidiocese da Paraíba. Três missas vão ocorrer na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves e uma no Mosteiro de São Bento.
6h – Missa de Ramos na catedral (celebração com Monsenhor Robson)
9h -Missa de Ramos na catedral (celebração com Dom Delson)
17h -Missa de Ramos na catedral (celebração com Monsenhor Robson)
18h30 -Missa de Ramos no Mosteiro de São Bento (celebração com Monsenhor Robson)

Em Campina Grande – A benção dos Ramos ocorrerá às 9h30 desse dia 2, no pátio da catedral Nossa Senhora da Conceição, situada no Centro da cidade. A celebração será seguida de procissão até o interior da igreja, local onde o Bispo diocesano Dom Dulcênio Fontes de Matos presidirá a Santa Missa do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor.

Origem histórica

O padre Tobias Gleriston, da Paróquia de Nossa Senhora da Luz, em Pedra Lavrada, contou que a origem da tradição do Domingo de Ramos remonta do século 4 a 5 quando os fiéis iam em procissão do Monte das Oliveiras até a cidade de Jerusalém, onde Jesus foi crucificado. O povo segurava ramos e cantava hinos, do dia em que o filho de Deus entrou em Jerusalém montado em um jumento. Essa passagem está no Evangelho de São Lucas, capítulo 19, versículo 29 a 44.
Tobias Gleriston disse ainda que, em Roma, essa passagem bíblica começou a ser celebrada apenas no século 9, acrescentando a bênção dos Ramos a uma liturgia bastante antiga que era a escuta e meditação da Paixão do Senhor. Segundo ele, as igrejas católicas de todo mundo celebram o Domingo de Ramos dentro desses ritos, dando o pontapé à Semana Maior ou Semana Santa.
“Esse Domingo de Ramos é um dia importante para refletirmos: Estaríamos, ao mesmo tempo, exaltando Jesus e apedrejando-o? Essa é uma boa pergunta. Sabemos, contudo, que Jesus é o filho de Deus que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e realizar a salvação para a humanidade. Que o Domingo de Ramos seja um dia abençoado de paz para todos que vão vivenciar a Semana Santa, fortalecendo a fé em nosso Senhor. Que seja um de dia de renovação, de esperança de que dias melhores virão”.

Interpretação do Domingos de Ramos segundo a história bíblica

O padre Tobias Gleriston explicou que o Domingo de Ramos nos mostra que Jesus é um rei pacífico, o “Rei da Paz”, que veio ao mundo para restaurar Israel e toda a humanidade. “Então, nesse domingo dá-se o reconhecimento de que Jesus é o filho de Deus. As comunidades costumam levar ramos de palmeiras para aclamá-lo, seguindo o padrão bíblico, reconhecendo que Jesus é veio mostrar ao mundo que ele é o filho enviado para salvação de todos”.
Os ramos que o povo carrega nas mãos neste gesto de fé também representam a vitória do bem contra o mal. “Hosana ao filho de Davi, bendito seja o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas”, disse o padre. Tobias Gleriston contou que a palavra “Hosana” significa “salva-nos”. Nesse sentido, o povo aclama a Jesus como Rei e pede-o que salve a humanidade. Os ramos, considerados santos, lembram que os cristãos foram batizados e são filhos de Deus, participantes da Igreja e defensores da fé católica.
Gleriston acrescentou que os fiéis também costumam levar os ramos para casa, após a missa. “Os ramos sagrados lembram que os fiéis estão unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo. A batalha árdua contra o pecado é um caminho em direção ao calvário, mas chegará à ressurreição”.

*Matéria assinada por Alexsandra Tavares

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