Eleições municipais podem isolar Ricardo Coutinho, consolidar João Azevedo, ressuscitar Cícero e eternizar Maranhão e Enivaldo Ribeiro
São muitos os ruídos e rumores que escapam das regiões mais distantes do estado onde pelo barulho percebe-se a agitação subterrânea que inicia uma profunda transformação no relevo político paraibano a partir das experiências promovidas pelos alquimistas do Palácio da Redenção.
Bananeiras seria um exemplo dessa agitação política em andamento onde aliados e opositores trocam de lado ao sabor das conveniências de momento e o que foi ontem já não seria mais hoje como fica evidenciado nas escaramuças travadas entre pré-candidatos a prefeitura do município.
Por lá pode-se apreender que o Governo estaria formando alianças com o telescópio político ajustado para 2022, focando as conveniências de coligações para uma disputa futura, que pode concretizar novas lideranças nessa paisagem onde a corrupção ceifou muita gente.
Nesse novo contexto político em construção fica visível a intenção da tropa de choque do Governo de consolidar alianças com velhas e tradicionais lideranças cujo patrimônio eleitoral ainda é respeitável já que sustentadas por estruturas partidárias sólidas e amplamente distribuídas no Estado, através de centenas de diretórios e de uma expressiva representação politica formada por vereadores, prefeitos, deputados e senadores.
Essa intenção de um Governo chefiado por um governante sem nenhuma densidade eleitoral e política, alçado ao poder por forças que hoje estão marginalizadas, e por isso mesmo sendo isoladas, evidencia-se também na capital onde um espectro político foi ressuscitado – Cícero Lucena – e pode renascer com impetuosidade das urnas como consequência da devastação que a corrupção promoveu no maior colégio eleitoral do estado.
Em Bananeiras, o Governo enfrenta a ira e a indignação de velhos companheiros, deixados para trás pelo estigma que carregam de serem associados ao devastado Ricardo Coutinho, cujo corpo ainda insepulto pode ser enterrado agora nas urnas de 2020, caso essas articulações se mostrem acertadas, e a reciclagem política engendrada construa um novo cenário.
Cidadania, Progressista e MDB se unem pelas beiradas da disputa municipal numa evidente manobra para isolar o combalido Ricardo Coutinho ainda vivo e respirando e capaz de fazer muitos estragos, caso sobreviva aos embates judiciais que vem travando com sinais positivos de que pode escapar desse atoleiro ainda com energia suficiente para preservar um capital eleitoral bem mais expressivo que aquele que amealhou saqueando o erário como dizem os investigadores da Calvário.
Essas eleições municipais podem sinalizar a evolução política de João Azevedo, o renascimento de Cícero Lucena, a eternidade para José Maranhão e Enivaldo Ribeiro, e o sepultamento precoce de Ricardo Coutinho.