Em audiência marcada para o próximo dia 14, corregedor da PM terá oportunidade de esclarecer apreensão de cheques na campanha de 2018
Dizem os mais velhos que a mentira tem pernas curtas, ditado popular que pode ser observado no dia a dia quando as espertezas de uns tantos são reveladas no andamento de processos, quando aquilo que foi arrolado como prova desaparece ou nunca aparecera nos autos como pode se deduzir na ação que corre na Justiça sobre a distribuição de cheques no valor de R$ 60.000,00, durante a campanha de 2018, conforme apreensão feita pela Polícia Militar na cidade de Patos, em outubro daquele ano.
Além dos cheques também teria sido apreendido pela Polícia Militar e encaminhado para a Polícia Federal, em Patos, santinhos e listas, contendo valores e nomes que envolviam políticos como Cássio, Manoel Junior e José Maranhão, todos adversário do também candidato João Azevedo.
Até ai tudo bem, já que santinhos e listas são ingredientes de todas as campanhas políticas deste estado e alhures, e a audiência de instrução está marcada para o próximo dia 14 deste mês, conforme notificação encaminhada para o Comando Geral da Polícia Militar requisitando as testemunhas e autores da apreensão do suposto crime eleitoral.
Diante dessa constatação de que, os aludidos cheques não constam no auto de apreensão, os advogados de defesa estão querendo saber o paradeiro deles que, somados chegavam à quantia de R$ 60 mil.
A gravidade estaria em que, os cheques foram alardeados pelo coronel Gerônimo, corregedor da PM, em entrevista aos veículos de comunicação do Estado como se pode constatar da matéria publicada pelo portal Click PB no dia 5 de outubro de 2018.
O fato dos cheques não estarem presentes no auto de apreensão foi questionado e denunciado pelos advogados notadamente que a denúncia se pauta na matéria veiculada pelo portal de grande e reconhecida credibilidade.
A supressão dos cheques no auto de apreensão cria um ar de mistério e insinua que as forças policiais poderiam estar engajadas no processo eleitoral forjando fatos contra os adversários do candidato do Governo.
Seria esse o primeiro fato concreto de uma enxurrada de suspeitas de que, a Polícia Militar agiu, agia e age como cabo eleitoral do ex-governador e do seu esquema político hoje em desgraça acusado de chefiar uma quadrilha que arrombava os cofres públicos.
Os fatos acontecidos em Patos podem apontar para uma participação efetiva da Polícia Militar, através de seus agentes, dentro do processo eleitoral forjando ou adulterando provas que viessem comprometer adversários do esquema oficial.
Caso os cheques denunciados não apareçam como exigem os advogados de defesa reforçaria essas suspeitas do uso da instituição em campanhas eleitorais.
A questão será esclarecida melhor na audiência de instrução no próximo dia 14, quando então os cheques devem ser localizados, já que a reputação do coronel corregedor é reconhecidamente ilibada e ele terá a oportunidade de dar explicações sobre a matéria atribuída a sua lavra.