Em meio ao tiroteio das facções e sem policiamento ostensivo foliões paraibanos podem brincar o carnaval
O Governo do Estado está brincando com fogo e já está queimando os dedos ao se deixar guiar por conselhos de auxiliares despreparados e nada comprometidos com a sociedade haja vista suas profundas relações com a organização criminosa que vem sendo desbaratada pelo Gaeco.
A Segurança Pública vive um drama em razão de suas profundas vinculações com a gestão passada rica em escândalos e respaldada em falácias sobre resultados produzidos por estatísticas que não gozam de credibilidade em razão da origem.
Uma violência alimentada por longos cinco anos, de 2010 a 2015, e que foi paulatinamente reduzida depois de transformar o estado em um dos mais conturbados do país, e cidades como João pessoa, Cabedelo, Santa Rita e Conde figurarem nos rankings como as mais violentas do planeta.
Uma farsa como tudo mais no Governo que se findou em quadrilha organizada e com seus membros, de destaque, presos, e alguns remanescentes ainda soltos e ainda participando de mesas redondas em negociações que não se concluem nunca e que se arrasta para um desfecho que nem a parcialidade do Ministério Público contida em pareceres que podem expressar a legalidade obtusa, mas nunca a justiça na sua plenitude.
O que se assiste nas madrugadas de João Pessoa – e que vem aterrorizando sua população – são exibições de poderio bélico de facções criminosas em conflito por territórios onde só a ficção delirante de um comandante atabalhoado consegue penetrar e só a pusilanimidade de um Governo para acreditar nessas versões fantasiosas.
Nesta madrugada de sábado mais um espetáculo bélico nos bairros da capital. Depois das comunidades Paulo Afonso e São José, onde as armas pesadas deram o tom da violência, ontem foi a vez do Bairro dos Novais entrar para o explosivo mundo das armas automáticas e o bairro foi varrido por rajadas que provocaram o terror nos moradores.
Ao tempo em que as facções mostram seu potencial bélico e o som dos clarins anuncia o início dos festejos em honra a Momo as diversas categorias que integram o Fórum da Segurança Pública alerta o Governo para a urgente necessidade de se encontrar uma solução que ponha fim ao impasse entre o que elas almejam e o que o Governo oferece sob pena de se festejar o carnaval ao ritmo das balas.
Não serão pareceres encomendados à subserviência e cumplicidade de certos serventuários da Justiça que resolverão o impasse nem eles irão garantir a segurança dos foliões muito menos a compreensão de facções criminosas dará sossego a cidade.
O Governo tem até terça-feira para se pronunciar e deixar de ouvir as vozes da subserviência ao Poder para acatar as medidas razoáveis até então apresentadas como demonstração cabal de boa vontade e disposição para o entendimento.
As categorias tornaram público o desejo de dialogar com o Governo e as facções estão mostrando a realidade que cerca a capital transformada em campo de batalha onde o inimigo exibe um arsenal tão superior que o Governo anterior reconheceu não ter condições de enfrentar desmentindo antecipadamente as versões delirantes que já foram manifestadas diante das câmeras de TV.
É hora de acionar os psiquiatras do Hospital Edson Ramalho.
Entidades de segurança divulgam nota e esperam resposta definitiva do Governo na próxima semana
Após a manifestação do último dia 5 e dias de vigília na Praça dos Três Poderes, membros do Fórum das Entidades das Polícias Civil e Militar da Paraíba divulgaram nota nesta sexta-feira (14) afirmando que o governador, João Azevêdo, agendou para a próxima segunda, uma reunião definitiva com sua equipe técnica econômica. Os representantes da categoria acreditam em um resultado positivo.
“Diante de tais acontecimentos, demonstrando que o Fórum está aberto ao diálogo e pretende resolver essa situação o mais rápido possível, atenderemos ao pedido do Governo e aguardaremos uma resposta até a próxima terça-feira”, afirma a categoria em nota.
Para o presidente da Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia da Paraíba (Adepdel), o delegado de Polícia Civil Steferson Nogueira, o clima é de conciliação mas mantém o calendário proposto em Assembleia Geral Unificada, caso o resultado seja negativo. “É importante que todos os policiais e bombeiros estejam mobilizados pois, caso a resposta seja negativa, manteremos nosso calendário e a execução das deliberações aprovadas em Assembleia, principalmente das paralisações”, explica.
Entenda o caso
No último dia 5, o Fórum deflagrou uma “greve branca” enquanto espera uma resposta do Governo do Estado para suas reivindicações. Entre as ações previstas estão duas paralisações sendo uma de 12 e outra de 24 horas.
A proposta apresentada pelo Governo da Paraíba é de incorporar 30% na bolsa desempenho em 60 meses, além de 5% de reajuste, em outubro, para os ativos e na bolsa desempenho. A resposta foi recusada pelo Fórum das Entidades que reivindicam incorporação de 100% na bolsa desempenho em 36 meses e um reajuste de 24% pelos próximos dois anos.
Segue nota.
FÓRUM DAS ENTIDADES DAS POLÍCIAS CIVIL MILITAR E BOMBEIROS
NOTA
O Fórum das Entidades das Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros,
representando 20.149 policiais, relata aos seus associados e a quem interessar que:
➢ No dia 07 de fevereiro de 2020, foi aberta uma nova rodada de negociações,
momento em que foi apresentada a 5ª proposta ao Secretário de Segurança,
Dr. Jean Francisco;
➢ No dia 10 de fevereiro de 2020, os Secretários de Segurança e da
Administração receberam as entidades do Fórum, para que a equipe técnica da
administração pudesse entender a proposta e fazer o impacto financeiro;
➢ Na quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020, a equipe técnica da Secretaria de
Administração apresentou a repercussão financeira, que constatando uma
redução de 67,9% do impacto em relação à proposta anterior;
➢ O impacto financeiro da 5ª proposta do Fórum caiu, em relação à anterior, de
1 Bilhão em 400 Milhões para 476 Milhões, segundo estudos realizados pela
própria Administração;
➢ No dia 14 de fevereiro, os Secretários de Segurança e da Administração
estiveram com o Governador do Estado e apresentaram os dados da
repercussão financeira. O Governador marcou para segunda-feira uma reunião
com toda a equipe econômica, haja vista que o Secretário da Fazenda estava
viajando no dia de hoje e ajustou para a próxima terça-feira, dia 18 de
fevereiro de 2020, uma resposta oficial do Governo ao Fórum.
Diante de tais acontecimentos, demonstrando que o Fórum está aberto ao diálogo e
pretende resolver essa situação o mais rápido possível, atenderemos ao pedido do Governo e
aguardaremos uma resposta até a próxima terça-feira.
Outrossim, comunicamos a todos os policiais e bombeiros da Paraíba que estamos
com um cronograma de ações, aprovado na Assembleia Geral Unificada, que prevê no dia 17 de
fevereiro de 2020 (segunda-feira), às 07:30, um café da manhã com as esposas e filhas dos
policiais, na praça João Pessoa. Caso não consigamos êxito na negociação salarial com o Governo do
Estado, na próxima terça-feira, serão agendadas as paralisações de 12h e 24h, conforme deliberado
em assembleia.
Frisamos que é de suma importância que todos os policiais e bombeiros estejam
mobilizados e preparados, apoiando o movimento, pois a execução das deliberações aprovadas em
assembleia, principalmente das paralisações, pode ser comunicada com apenas um dia de
antecedência.
João Pessoa, 14 de fevereiro de 2020.
Fórum das Entidades das Polícias Civil, Militar e Bombeiros.
É nesse cenário de guerra que os foliões de João Pessoa podem brincar o carnaval. Abaixo vídeos das comunidades Paulo Afonso, São José e Novais. A cidade cercada e aterrorizada pelas facções que a Polícia não consegue nem tem como enfrentar e o comandante geral transferindo a responsabilidade para o Governo Federal.