Fanatismo, preconceito e ódio devem ir às ruas no Sete de Setembro
O que devia ser uma solenidade cívica em homenagem a um feito histórico dos mais significativos; nos dias de hoje passa ser um confronto promovido pela irracionalidade e pelo fanatismo, o que nos reporta e nos assemelha ao Talibã.
Revendo a história desse país e focando a escravidão como fator determinante para a formação dessa nação, poderemos compreender e explicar o que move tudo isso nessa data comemorativa aonde uma malta desvairada vai às ruas defender um Governo de discriminação e preconceitos.
A elite brasileira, e tudo o mais o que ela arrasta, nunca evoluiu e sua mentalidade se agarra aos grilhões da escravidão como se o tempo da senzala e da casa grande ainda persistisse.
É tão brutal e tão arraigada essa mentalidade que a fome e a miséria nunca foram motivos de reflexão para essa alcateia de lobos insaciáveis, que vê na injustiça social algo banal e de acordo com os desígnios de Deus.
São tão hipócritas que diante do cenário de degradação que a fome impõe se contentam com as campanhas de solidariedade onde o pão de cada dia é ofertado com o sabor da humilhação e da afronta à dignidade humana.
Em um país que se costuma chamar o celeiro da humanidade passar fome é um insulto, um deboche e a prova maior de que não há políticas públicas para os desfavorecidos, políticas que amparem os historicamente excluídos.
A publicidade esfuziante do Agro Negócio, a alardear seus feitos e conquistas, deve causar perplexidade e estarrecimento aos milhões de brasileiros que não têm o que comer distantes dos porquinhos, dos ovinhos e franguinhos que vão engordar os comunistas chineses tão odiados.
São essas correntes de odientos, estúpidos e brutais que estarão nas ruas, espumando como cães hidrófobos, vestidos de verde-amarelo, gritando impropérios contra a democracia num espetáculo “dantesco” que inspirou Castro Alves no seu navio Negreiro.
Já dizia Zé Américo do alto de sua imortalidade: “pior do que morrer de sede no deserto é não ter o que comer na terra de Canaã”.
Nunca esteve tão inspirado o Homem de Areia!