Fernanda na cara dos foliões (ou Bolsonaro cuspindo fogo)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cuspiu na estátua do ex-deputado federal e desaparecido político Rubens Paiva. Esse fato aconteceu em 2014, durante a cerimônia de inauguração do busto, que fica na Câmara dos Deputados. Hoje, Bolsonaro é obrigado a assistir ao grande sucesso do filme “Ainda estou aqui”, que concorre ao Oscar, junto com a atriz Fernanda Torres. Não deve estar cuspindo. Deve estar vomitando. De ódio.

Pois vai ter que engolir o vômito, porque, ganhe ou não o Oscar, o filme já é sucesso internacional, elogiado por figuras importantes da indústria cinematográfica dos Estados Unidos e de vários países. Pedro Almodóvar falou que foi um dos melhores filmes que ele viu na vida nos últimos tempos.

Cautelosa, Fernanda pediu para que os brasileiros, na torcida pelo Oscar, não entrassem na vibe de uma Copa do Mundo. Certo, Fernanda, só que agora é clima de Carnaval, e desse nem você nem o filme escapam.

“Todos somos Fernanda Torres neste Carnaval”, é a frase em alta para a folia deste ano. Não sem motivo. Fernanda, que já levou o Globo de Ouro, é uma das favoritas para levar o Oscar de melhor atriz deste ano. E o filme, idem.

Diante disso, máscaras de Fernanda Torres já estão no rosto de inúmeros foliões nos bloquinhos do pré-Carnaval. E estão à venda até na Shopee.

O site da revista Veja deu até sugestões para quem quer se produzir no clima de “Ainda estou aqui” com produção caseira. Para a máscara de Fernanda, basta imprimir uma foto e colá-la num palito de madeira ou amarrá-la no rosto, com elástico, deixando os furos para os olhos. Fácil, fácil. Para completar o look, uma réplica da estatueta do Oscar.

O filme veio numa época em que o obscurantismo alcança brasileiros de todas as idades, inclusive jovens distantes da realidade do que foi a Ditadura Militar. É uma boa oportunidade para que muitos possam repensar suas posturas antidemocráticas. Vão lá nos cinemas, vão.

Por Gisa Veiga