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Filho de paraibana desaparecida em Mariupol busca informações da família através da Polônia

 Por Gisa Veiga, diretora de conteúdo do site Jampa News

Gabriel Pilipenko, filho da paraibana Silvana Pilipenko, que está desaparecida na Ucrânia, já está na Polônia, de onde pretende iniciar as buscas pela mãe, pai e avó. Em contato com o Jampa News, Gabriel disse hoje pela manhã que ainda não tem qualquer informação do paradeiro dos pais.

A cidade de Mariupol, na Ucrânia, onde Silvana e o marido ucraniano Vassily Filipenko moram, tornou-se símbolo de devastação na guerra promovida pela Rússia. Os bombardeios têm deixado um rastro de destruição que dificulta a vida dos civis que ainda estão por lá. A cidade sofre um rigoroso cerco dos russos, resultando em fome e sede para os moradores, além da falta de energia, o que resulta em falta de aquecimento e sofrimento pelo frio.

Silvana já estava de passagem comprada para o Brasil – a viagem se daria no dia 20, domingo. Mas teve que ficar ao lado do marido para cuidar da sogra, bastante doente.

O prédio onde a família ocupava um apartamento em Mariupol foi alvo de bombardeio nesta semana. Ninguém sabe se houve sobreviventes e, caso tenha havido, se Silvana e sua família estão entre eles.

A mãe, Antônia Vicente de Abreu, disse ao jornal A União que tem certeza de que a filha está viva. “Se não estivesse, eu já teria sentido algo diferente, um aviso”, acredita.

Leia mais: EXCLUSIVO: Paraibana desaparece em Mariupol (Ucrânia) após bombardeio em prédio onde morava

No instagram

No dia 26 de fevereiro, Silvana fez uma postagem em seu perfil no Instagram:

“A guerra tem várias facetas e uma delas é a fome e a sede.
Hoje saímos para comprar alimentos e a maioria dos supermercados estava fechada, os poucos abertos estavam com escassez de produtos. Eu havia feito uma lista, que nem foi seguida, tão pouco concluída. Conseguimos comprar algumas poucas coisas, e também 4 botijões de água com gás. Nós estamos economizando tudo o que temos, porque não sabemos até quando essa situação se estenderá.
No supermercado as pessoas se entreolham, e se ocasionalmente se tocam, há uma solidariedade silenciosa. Há um respeito recíproco, há um entendimento simultâneo; há um bater de coração diferente, um cuidado manso e delicado. A parte linda da guerra é ver o amor aparecer, ainda que acanhado.
Alguns olharam para mim, como a se perguntar: o que faz aqui uma estrangeira? Eu gostaria de responder: – Aprendendo, como você.

A cidade está calada, as pessoas caminham com passos decisivos e apressados, o frio continua. A noite chega, já é a terceira, e antes de adormecer tenho a certeza que falarei com Deus e lhe pedirei que não permita sermos atingidos, que essas paredes suportem, que esse teto de concreto não caia sobre nós, e, se cair, o Senhor nos salvará conforme a sua linda misericórdia.
Oro por todas as pessoas ucranianas, inclusive os soldados, muitos ainda imaturos para viverem uma guerra de verdade; oro pelas crianças inocentes que nada compreendem, mas choram sem saber do porquê; oro pelos idosos, que mereciam viver essa fase da vida com dignidade e calmaria; oro pela paz entre essas nações, onde as armas sejam abaixadas, as mãos estendidas e apertadas entre si.
Oro por muitas coisas e sei que Deus está a inclinar os Seus ouvidos em nossa direção, porque Ele cuida daqueles que o ama e é essa a minha certeza para seguir adiante sem questionar a fé.”

No dia seguinte, a última postagem antes do desaparecimento:

“Não sabes, não ouviste que o Eterno, Yahweh, o SENHOR, o Criador de toda a terra, não se cansa nem fica exausto? Sua sabedoria é insondável, seu conhecimento incompreensível.
Faz forte ao cansado e multiplica o vigor dos que estão fatigados!
(Isaías, 40:28,29)”.

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