Governo em xeque diante da prisão do araponga do coronel Euler; rede de espionagem revelada e tanto o secretário como o governador alvo das ações clandestinas
O Governo está metido num escândalo estrondoso a partir da prisão do PM2 nas proximidades do gabinete do secretário de Segurança, Jean Francisco, alvo de espionagem aparentemente patrocinada pelo Comando Geral da Polícia Militar já que o indivíduo detido revelou estar em missão secreta e confessou-se P2 lotado no gabinete do coronel Euller Chaves.
A prisão seria a confirmação de um esquema clandestino de espionagem montado para vasculhar a vida de autoridades, já que um relatório interno e confidencial da Inteligência da Secretaria teria alertado Jean Francisco de que, ele e a família, em particular sua esposa, estavam sendo seguidos e monitorados por policiais militares, ligados ao comandante geral.
O relatório informa ainda que, não apenas o secretário, mas também o governador e sua família estariam sendo alvos do mesmo esquema de espionagem clandestina a serviço de quem e atendo à que interesses ainda não se sabe, mas que deve ser apurado pelo inquérito mandado instaurar e que terá o acompanhamento do Ministério Público.
Nada mais grave poderia ter acontecido nos últimos tempos do que a revelação dessa rede de espionagem suspeitada pela existência de muitos indícios, mas solenemente ignorada pelas autoridades, incluído o Ministério Público, desatento para tudo que já foi referido sobre o tema e sobre a suposta participação do coronel Euler como mentor dessas ações criminosas.
Compra de equipamentos de escuta sofisticados, de ultima geração, sumiço dos obsoletos, mas ainda de utilidade como o AIKO provavelmente sendo utilizado por espiões de fancaria como o que foi surpreendido nas proximidades do Gabinete de Jean Francisco e mais assustador ainda: do setor de inteligência, podendo captar conversas em determinado perímetro, instalado dentro de carros, uma das suspeitas que recaem sobre o P2 surpreendido e que tentou fugar em desabalada carreira talvez para afastar os perseguidores do aparelho em uso naquele momento.
Todo esse serviço sujo surpreendido na quinta-feira e que se não for colocado panos quentes pode desbaratar essa quadrilha provavelmente uma extensão da que já foi identificada pela Operação Calvário.
Para quem trabalha o espião da P2, para quem estava colhendo informações e com qual objetivo essa rede foi instalada e age nos subterrâneos do Governo vasculhando a vida de autoridades como secretário e até o próprio governador, é uma pergunta que não deve calar.
Ao confirmar a existência da rede de espionagem, o secretário Jean Nunes não pode repassar para o Comando Geral a competência para investigar por ser o comandante geral, coronel Euller Chaves, o principal suspeito de comandar essa rede criminosa a não ser que ele seja afastado do cargo para dar lisura e isenção ao inquérito a ser instaurado.
Deixar ao encargo do comandante geral a investigação sobre o que fazia nas proximidades do gabinete o espião preso e rapidamente liberado pelo secretário executivo coronel Lamarck é entregar o galinheiro a raposa.
Se existe alguém suspeito nesse processo todo é o comandante geral que se não houvesse tanta tibieza da parte do Governo já devia ter sido exonerado por tudo o que foi exposto nessa quinta-feira e que não pode ser atribuído a um mero soldado.
Ele estava realizando uma missão supostamente utilizando o AIKO desaparecido, como raciocinam especialistas em segurança, mas, mesmo obsoleto, com capacidade de captar conversas telefônicas numa relativa distância.
O Governo não pode continuar fazendo ouvido de mercador para algo tão grave e que tanto expõe a autoridade estadual ou vai referendar as suspeitas de que, a rede do coronel já capturou informações capazes de intimidar o Governo como instituição submetido à chantagem pura e simples.
Quais são segredos que esse comandante-geral guarda? Cumpra-se o regulamento militar – que a função não passem de dois anos, o que se vê que esse grupo de alta patente é que devem ser investigados. Falta um saco roxo pra denúncia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ); essa P2 já era pra ser extinta porque não correspondem às suas atividades, precisamos de mais efetivo na rua, – essa é a função da polícia militar ( ostensividade). Entretanto é preciso uma faxina, porque já faz tempo que se joga lixo embaixo do tapete.