Hospital de Patos realiza ação para reforçar importância do apoio ao próximo
Os dados da Organização Mundial da Saúde são um alerta importante e que chama atenção para algo muito sério debatido no Setembro Amarelo. Mais de 800 mil pessoas cometem suicídio do mundo. No Brasil, aproximadamente 13 mil pessoas morrem por suicídio por ano. Uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio no mundo e essa é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. Portanto, o tema Saúde Mental, trabalhado durante esse mês é um assunto que precisa ser discutido e debatido por toda a sociedade. E no Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos (CHRDJC) essa questão também é debatida todos os anos durante o Setembro Amarelo. Nesta segunda-feira (26), a unidade realizou um ‘Chá de Valorização da Vida’ com dinâmicas, palestra e um lanche coletivo.
A ação, realizada no pátio da unidade, foi planejada pelo setor de Serviço Social e Psicologia, com apoio da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e do Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital, teve o objetivo de chamar atenção sobre essa questão. “Foi um momento muito especial onde trabalhamos a questão da saúde mental com uma dinâmica com bolas e frases de valorização pessoal, cada bola estourada, trazia uma mensagem e motivação e ainda tivemos uma caixinha de desabafo, onde as pessoas depositavam o que estavam sentindo e passando naquele momento”, explica a Coordenadora do Serviço Social do Complexo, Suenia Mota. Ainda segundo ela, todas as informações coletadas na caixinha serão mantidas em sigilo e visualizadas apenas pela equipe de Psicologia da unidade que poderá ou não dar continuidade a abordagem do assunto com quem se identificar no desabafo depositado na caixinha e quiser acompanhamento.
“Precisamos lembrar que todos os meses do ano é tempo de acolher e respeitar a dor do próximo, cada qual sentirá de uma maneira particular e desenvolverá maneiras diferentes para enfrentar as dificuldades impostas pelo existir. É importante deixar que os gestos simples, como um abraço apertado, transmitam uma mensagem genuína de acolhimento e amor. Quando uma pessoa está abalada, podemos ter uma variedade de respostas aos sentimentos dela. Podemos ignorá-los inteiramente e permanecer em silêncio. Podemos dizer-lhe para parar de se sentir assim, para sair dessa. Ou mesmo dizer: isso não é tão ruim quanto parece. Podemos zombar dela, ridicularizá-la, repreendê-la. Porém, nada disso contribuirá para aliviar as angústias de um coração”, afirmou o psicólogo que integra a equipe do Hospital de Patos, Adão Germano e que fez uma abordagem sobre o assunto durante o evento.
Ainda segundo Germano, o objetivo do Setembro Amarelo é transformar palavras em comportamentos que salvam vidas. “Tenham certeza, o acolher sempre será o caminho. É preciso cuidar dos sentimentos das pessoas que amamos, motivá-las a se expressar, abrir espaço de escuta, encontrar verdade no sofrimento humano e acima de tudo respeitar o momento do outro, pois a lágrima de quem sofre poderá ser a única palavra capaz de ser dita”, finalizou ele.
O diretor geral do Complexo, Francisco Guedes, explica que essa questão não deve ser tratada com superficialidade. “Dada à complexidade que envolve um suicídio ou tentativa de suicido, toda morte é uma tragédia para a família, amigos e colegas e desta forma é mais ainda, por isso temos que ter um olhar especial para essa temática e tentar ajudar de variadas formas”, reforça o diretor.
Sobre o Setembro Amarelo
O Setembro Amarelo surgiu nos Estados Unidos, em 1994, quando um jovem chamado Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio. O jovem era talentoso e possuía um Mustang 68 na cor amarela, no dia do seu sepultamento, seus familiares e amigos realizaram um lindo gesto de distribuir cartões amarrados com fitas amarelas com textos de apoio para que todas as pessoas que ali enfrentasse problemas na vida se sentissem apoiadas.