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Iniciação científica nas escolas municipais impulsiona aprendizado e premiações em olimpíadas

A iniciação científica, integrada à grade curricular das escolas municipais, está transformando a forma como os alunos aprendem e vivenciam as ciências. O impacto vai além da sala de aula: o número de premiações em olimpíadas científicas tem crescido, impulsionando o interesse dos jovens pela disciplina. Em 2024, 17 estudantes do ensino fundamental conquistaram medalhas na Olimpíada Intermunicipal de Ciências (OIC), reforçando os resultados dessa abordagem inovadora.

As professoras Aline Fonseca, Tatiane Gonzalez e Karina Pacheco, que ministram aula de Ciências na Escola Municipal Chico Xavier Brito, localizada no Bessa, ainda celebram as conquistas dos quatro alunos premiados na 1ª OIC. O evento foi promovido em novembro do ano passado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Bianka Andrade Machado (ouro), Indra Ferla Lopes (ouro), Gabrielly Belmiro da Silva (prata) e Giovanna Batista Coelho (bronze), além das medalhas, receberam uma bolsa do CNPq para desenvolver projetos. Dos 36 prêmios entregues na Olimpíada Intermunicipal de Ciências, 17 foram entregues para estudantes da Rede Municipal de Ensino.

A professora Tatiane Gonzalez explica que a participação em olimpíadas de Ciências é voluntária. A maioria dos alunos participa porque gosta da disciplina. Em casos pontuais, ao identificarem o talento do estudante, mas perceberem sua falta de interesse em participar da olimpíada, as professoras buscam dialogar e explicar a importância do evento.

Ela conta que os alunos são preparados para três eventos anuais: a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), a Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) e, no final do ano, a Olimpíada Intermunicipal de Ciências, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

“Após a seleção dos participantes, nós elaboramos um cronograma com aulas extras e materiais de estudo. Além disso, os alunos recebem indicações de vídeos no YouTube, fornecidos pelos programas das olimpíadas, para auxiliá-los na preparação e na resolução de provas no formato das competições”, explica Tatiane Gonzalez.

Segundo ela, o reconhecimento dos alunos premiados nas olimpíadas do ano passado gerou grande repercussão na escola, despertando o interesse de mais estudantes em participar de eventos este ano.

Paixão por ciências – Os alunos Bianka Andrade Machado, Indra Ferla Lopes, Gabrielly Belmiro da Silva e Giovanna Batista Coelho, vencedores da Olimpíada Intermunicipal de Ciências em 2024, têm em comum a curiosidade pelo universo das ciências.

Bianka é a mais experiente do grupo. Ela tem 15 anos e acabou de ingressar no Instituto Federal da Paraíba (IFPB). Mas ela competiu em olimpíadas de ciências durante seus dois últimos anos como aluna da Escola Municipal Chico Xavier Brito.

“Eu gosto de fazer provas para adquirir conhecimento, porque eu sempre gostei de ciências. E a professora era uma pessoa que explicava bem e me fazia concentrar ainda mais no conteúdo”, conta.

Para Indra, de 12 anos, o universo e sua vastidão é o que despertam sua curiosidade e interesse por ciências. Ele conta que saiu confiante da Olimpíada Intermunicipal de Ciências. “Eu respondi quase tudo com muita segurança. Só uma pergunta que eu não lembrava bem do assunto. Então eu sabia que seria medalhista, mas não esperava o primeiro lugar”, revela.

Já Gabrielly, de 13 anos, conta que ficou bastante nervosa no dia da prova. “Algumas questões eu respondi tranquilamente, mas em outras, acho que por causa do nervosismo, me bateu um branco. Por isso fiquei muito emocionada ao receber a notícia que eu tinha sido medalhista de prata. Fiquei muito feliz. Essa medalha vai se juntar a outras que já conquistei em olimpíadas anteriores”, revela.

Giovanna, de 11 anos, é fascinada por Ciências e sempre que descobre uma palavra nova que não conhece, ela se debruça para estudar. “É uma das minhas matérias favoritas. O corpo humano é o que mais me fascina”, revela.

A professora Aline Fonseca afirma que a dinâmica das aulas, os simulados e a participação em olimpíadas têm mudado a forma como os alunos vivenciam o Ensino Fundamental. Isso porque, até então, a preocupação com provas externas só acontecia no Ensino Médio, com a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“Estamos vendo aqui na escola uma semente de mudança de comportamento sendo plantada. O Ensino Fundamental deixa de ser uma fase de transição e passa a ser um período em que o aluno começa a pensar sobre a universidade e seu caminho profissional. Então as vantagens de participar de olimpíadas vão muito além das medalhas físicas”, ressalta Aline Fonseca.

Para a professora Karina Pacheco, o acesso a recursos e laboratórios estimula a criatividade, o interesse e o protagonismo dos alunos. “Eles se sentem valorizados e apoiados. Percebem que podem desenvolver seu potencial, adquirir uma base sólida de conhecimento e participar das olimpíadas com mais confiança”, comenta.

O laboratório de ciências permite que os alunos relacionem a teoria da sala de aula com a prática, muitas vezes já presente em seu dia a dia. “Ao realizar experimentos, eles percebem que atividades comuns, como observar fenômenos climáticos ou coar um café, também fazem parte da ciência, tornando o aprendizado mais concreto e significativo”, finaliza Aline Fonseca.

Fotos: Kleide Teixeira/Secom-JP

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