Ivan Burity precisa de cuidados médicos para evitar outra crise de abstinência; procurador tem um histórico de suicídios na família
A noticia que circulou nos bastidores sobre um surto psicótico sofrido pelo ex-secretário Ivan Burity na prisão neste sábado, 19, preocupa haja vista ser o preso de Justiça um declarado consumidor de drogas (maconha) e que ele teria sofrido na verdade uma crise de abstinência.
Preso há mais de uma semana provavelmente Ivan estaria sem acesso à droga e isso teria provocado a crise de abstinência que assustou o presídio e os responsáveis pela sua guarda e integridade. Ivan foi socorrido pelo Samu, porém, mais nada foi revelado sobre seu estado de saúde.
O quadro clínico do secretário preso pela Operação Calvário ainda não foi divulgado pelas autoridades, e não se sabe se Ivan permanece no presídio ou se foi encaminhado para algum hospital da cidade.
Além de usuário de droga, sem discrição, Ivan também estaria abatido moralmente pelo envolvimento com o que foi desbaratado pelas operações policiais, e essa depressão também teria contribuído para o surto que o acometeu neste sábado na hora do café no presídio.
Outro aspecto que preocupa e deve acelerar as providências cabíveis é que há um histórico de suicídios na família do ex-secretário e só pela gravidade da situação está sendo colocado em evidência: Ivan perdeu dois irmão nessas circunstâncias de depressão extremada, o que aumenta os cuidados com sua integridade física, já visivelmente abalada a partir do surto psicótico deste sábado.
Abstinência
Há estudos médicos que confirmam que a crise de abstinência, dependendo do grau de dependência, pode levar à morte se não houver atendimento médico especializado e imediato.
Por tudo o que representa dentro das investigações e por tudo o que pode revelar num acordo de delação, essa situação de saúde de Ivan pode ser a oportunidade que muita gente almejaria para calar o ex-secretário.
Se permanecer no presídio sem acompanhamento médico, Ivan pode ser vítima do desleixo proposital e da falta de socorro a tempo, e os desdobramentos podem ser fatais para quem tem tanto a revelar, o que seria o desfecho ideal para alguns suspeitos ainda não delatados.
A Raposa e o Galinheiro
Outro aspecto a ser ressaltado: Ivan está sendo custodiado por um efetivo policial criado por uma gestão de continuidade que herdou uma herança suspeitíssima em termos de integridade e confiabilidade.
O efetivo criado para guardar presos de justiça está estreitamente vinculado a auxiliares que serviram uma gestão em decomposição moral e que, do ponto de vista da credibilidade é zero, principalmente em situações como essa, onde fica evidente que a raposa pode estar tomando conta do galinheiro.
Pelo avanço das investigações, provando que o Governo de João está contaminado em todos os setores, em decorrência da politica de continuidade, e voltando àquela proibição da Justiça de não permitir a entrada do comandante geral, coronel Euller Chaves, nas dependências do quartel, onde ficou presa Livânia Farias é de se perguntar qual o grau de isenção que apresenta a Polícia Militar para dar garantias a um preso da projeção e importância de Ivan na colaboração espontânea para aprofundar as investigações.
Ivan, para sua segurança devia estar sendo custodiado por forças não relacionadas ao estado, já que a continuidade mergulhou a atual gestão num mundo de suspeição e escândalos que as investigações do Gaeco desvendaram.
Para o bem do preso e para lisura e isenção das investigações, Ivan não pode ficar na guarda de um Estado que está sendo investigado e cujo acesso ao preso é pleno; e o que valeu para Livânia tem que valer para ele, mas ainda por todas as circunstância apresentadas até agora, que apontam para uma grave crise psicótica e pelo passado de suicídios na sua família.
A Justiça deve e tem que tomar as devidas providências para garantir a integridade física e mental do preso e encontrar uma medida que possa evitar outros surtos de abstinência, porque com certeza o que aconteceu sábado vai se repetir e pode ter um desfecho muito favorável para quem não quer as revelações que podem ser feitas sobre o propinoduto da gestão passada.