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Julho será mês de baixas temperaturas na PB, diz meteorologista do Inmet

A tendência é que neste início do inverno  as temperaturas máxima e mínima fiquem um pouco abaixo da média na Paraíba, devido às precipitações pluviométricas. A informação é do meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia ( Inmet), Flaviano Fernandes, que afirmou, ainda, que já no final de agosto a expectativa é que as  temperaturas voltem à normalidade e as chuvas diminuam.

Esse período com temperaturas mais baixas correspondem aos meses de junho e julho. “ O inverno vai até o dia 21 de setembro, então já no final de agosto para o início de setembro, as temperaturas podem tanto voltar a normalidade como chegar acima disso. A nebulosidade vai diminuir e vai ter um pouco mais de  incidência de radiação solar”, explica Flaviano Fernandes.

Ele afirma que neste inverno, estas temperaturas variam bastante: no Sertão, por exemplo, as máximas podem ficar em torno de 35 a  36 graus; no Litoral de 28 a 29 graus (podendo atingir ainda 30 graus nessa época). O Agreste, por sua vez, pode ter uma máxima em torno de 28 graus.

Já as temperaturas mínimas podem ser registradas da seguinte forma: cerca de 18 a 19 graus no Agreste; em torno de 22 graus, no Litoral. Porém, no Sertão paraibano, o profissional explica que há uma situação diferenciada, pois as temperaturas máximas são altas, mas a mínima pode alcançar 17 graus, em áreas mais altas e em torno de 19  a 20 graus, em outros municípios.

O meteorologista destacou ainda que as temperaturas identificadas durante o  inverno 2023 serão diferentes dos padrões registrados no ano passado. “No ano passado, por exemplo, quem atuava era a La Niña e as temperaturas foram mais baixas do que a média. Esse ano, estamos no início do El Niño e por isso, no final do período do inverno, as temperaturas devem aumentar pelo menos um grau a mais do que o início do que está ocorrendo agora porque o El Niño já vai atuar”, pontuou.

A La Niña é um fenômeno que consiste no resfriamento da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Já o El Niño significa o aquecimento das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial.

Tanto o El Niño como a La Niña geram diversas modificações no planeta como um todo, afetando inclusive, a temperatura e os padrões de precipitação no Nordeste. “Provavelmente, devemos ter um aumento de temperatura do início de agosto para o final de setembro. Agora, estamos com essas temperaturas um pouco mais baixas devido às chuvas que estão ocorrendo e a expectativa é de diminuição das chuvas e dias um pouco mais quentes nos próximos meses”

Atualmente, a tendência é que nos municípios de maior altitude sejam registradas as menores temperaturas. No Brejo, por exemplo, a expectativa é que as sensações térmicas estejam mais baixas principalmente em dias de ventos intensos. Nesta região paraibana, a previsão é de uma máxima de  24 e mínima de 16 graus para esse inverno.

No entanto, o profissional do Instituto Nacional de Meteorologia lembra que a sensação térmica vai depender muito da região. “ Em um dia chuvoso, se o vento tiver mais forte pode haver uma diminuição de 2 a 3 graus no corpo da pessoa. Assim, se a temperatura mínima estiver 21 graus, um vento muito forte pode provocar uma sensação de dois graus a menos. A mesma coisa ocorre na temperatura máxima durante uma insolação, onde pode-se sentir uma temperatura maior. A sensação térmica muda muito com relação ao que está acontecendo”, ressalta o metereologista.

Situação diferente no Sertão

Conforme o representante do Inmet, o Sertão paraibano recebe muita radiação solar durante o dia, mas a noite como não tem nebulosidade essa radiação é toda liberada para o espaço. Então a região fica com baixas temperaturas à noite. “É algo parecido com um  clima de deserto onde durante o dia é quente e a noite é bastante fria porque a radiação vai embora para o espaço devido a ausência de nebulosidade”, explicou o meteorologista.

Neste sentido, a meteorologista da Agência Executiva de Gestão das Águas( Aesa-PB), Marle Bandeira, destaca que no Alto Sertão e  Sertão, a máxima pode chegar a 31 graus no inverno, e a mínima é 20. No Cariri/ Curimataú, a máxima é de 28 e a mínima de  15 graus. “ Na região de Monteiro, por exemplo, a temperatura já chegou a 15 graus no inverno . Essa temperatura é registrada na madrugada”, observou.

Sobre isso, o meteorologista Flaviano Fernandes acrescentou que Monteiro é uma das cidades mais frias do Estado e pode ter temperaturas mínimas inferiores inclusive as do município de Areia, no Brejo paraibano. “ Areia passa o dia praticamente todo com temperaturas frias e as variações são muito pequenas. Já em Monteiro, por estar na região do Cariri, sua temperatura máxima aumenta durante o dia, mas como não tem nebulosidade durante a noite, a radiação vai embora e a temperatura cai bastante. Portanto, em Monteiro tem época em que é registrado 16 graus durante a noite, enquanto em Areia chegou a 18”, detalhou.

Segundo Marle Bandeira, existem dois períodos de chuva na Paraíba: o quadrimestre mais chuvoso das regiões do Alto Sertão,Sertão, Cariri e Curimataú que é de fevereiro a maio e coincide com as estações de verão e outono; e  o período de abril a julho nas regiões do Agreste, Brejo e Litoral, coincidindo com a estação do outono e inverno.

“A previsão de temperatura para essa estação devem ficar de de acordo com as temperaturas máximas e mínimas já descritas e só a sensação térmica é que deve variar de acordo com o local porque vai depender da velocidade do vento, da umidade, se o local tem prédios, se é descampado, dentre outras condições”, finalizou a meteorologista da Aesa.

Recomendações

As recomendações estão geralmente relacionadas aos avisos emitidos pelo Inmet onde são previstos acumulados de chuva e situações de perigo, com risco de alagamentos, deslizamentos de encostas, transbordamentos de rios, dentre outros problemas.

Nestes casos, as instruções são: evite enfrentar o mau tempo; observar alteração nas encostas; se possível, desligar aparelhos elétricos e quadro geral de energia, evitando danos a esses equipamentos. Em caso de inundação, ou similar, o recomendado é proteger os pertences da água envoltos em sacos plásticos. Outras informações estão disponíveis com a Defesa Civil , pelo telefone 199 e o Corpo de Bombeiros (telefone 193).

Juliana Cavalcanti, para o Jornal A União

Foto: Roberto Guedes, para o Jornal A União

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