Lá e lô: A PB também teve sua delegacia especializada para cobrar contas da Energisa
A CPI da Energisa em Rondônia – aquela que não prosperou aqui na Paraíba, vem mostrando como a iniciativa privada pode corromper o serviço público e adestra-lo aos seus interesses, invariavelmente de encontro aos interesses da sociedade e particularmente aos interesses daqueles segmentos mais desamparados e carentes.
Fiéis aquele dever de proteger e defender a sociedade, os deputados de Rondônia instalaram a CPI da Energisa para apurar as centenas de denúncias, que pipocaram diariamente na imprensa local e nos órgãos de proteção ao consumidor, fazendo lá como aqui da Energisa uma campeã no quesito desrespeito aos Direitos do Consumidor, segunda colocada nesse ranking de afrontas ao cidadão.
O estilo mafioso de agir da empresa mineira lembra e assemelha os métodos adotados pelas construtoras brasileiras, que se infiltraram no organismo público e foram destruindo o que havia de resquícios de moralidade nesse ambiente tão rarefeito de decência.
A CPI identificou, e em seguida proibiu, uma relação nebulosa e acima de tudo indecente entre a Energisa e o aparelho de Segurança daquele Estado, quando, a pretexto de uma parceria, passou a controlar e patrocinar uma delegacia especial voltada para atender as queixas e denúncias da empresa contra o consumidor de Rondônia.
Modernamente equipada, dotada de todos os requintes da tecnologia de ponta, com viaturas modernas, e, mais qualquer coisa em torno de 1 milhão de reais para atende a outros penduricalhos de agentes e delegados.
Uma imoralidade que a CPI mandou suspender de imediato diante do desplante de tal iniciativa, acatada e comemorada pelas autoridades do setor como um termo de parceria, que ajudaria repor as demandas não atendidas pelo Estado.
Enfim, a Energisa criou uma delegacia para defender os seus propósitos numa inversão de autoridade onde o privado passa prevalecer sobre o público retornando ao velho coronelismo patriarcal quando e onde os senhores de engenho, a casta dominante, mandava, prendia e arrebentava dando ordens ao cabo do comissariado da esquina para intimidar ou constranger quem lhe opusesse resistência ou atrapalhasse seu predomínio.
E vai mais longe o poder de intervenção da Energisa no serviço público de Rondônia provavelmente uma réplica desnudada do que faz a Energisa por onde se encontra instalada: seus tentáculos também foram detectados no IPEM, Instituto de Pesos e Medidas, cuja ação compartilhada com a Energisa estaria confirmando a adulteração dos medidores de luz dos consumidores para forjar flagrantes de roubo de energia.
O presidente do Instituto de Rondônia convocado para explicar esta suposta ação criminosa em compadrio com a Energisa terminou admitindo que, o órgão embolsava determinada quantia da empresa mineira, para aferir os medidores, e constatar a violação dos lacres, atribuindo a adulteração ao consumidor, métodos de corromper o serviço público, que seguem a cartilha de construtoras como a Odebrecht.
Uma ação criminosa que reuniria órgãos públicos supostamente envolvidos e articulados para fraudar e extorquir a população, algo inadmissível e impensável numa sociedade democrata, mas que predominou por muito tempo em redutos como Chicago.
Também aqui na PB
O impressionante – e o que as autoridades paraibanas deixaram de constatar, seria a semelhança entre o que foi denunciado aqui e o que foi descoberto em Rondônia.
Nada mudou e tudo se repetiu com incrível semelhança destoando apenas à ação das autoridades, onde umas foram a fundo nas denúncias, e outras recuaram e terminaram por abafar de maneira canhestra um escândalo que vem abalando as estruturas de Rondônia, e que podia ter tido as mesmas consequências e desdobramentos na Paraíba se a conivência e a complacência não tivessem imperado.
Da mesma forma que a Energisa fundou e instalou uma delegacia para atender suas demandas em Rondônia fez aqui onde equipou e dotou de todas as regalias uma delegacia no Cristo Redentor, que destoava das demais pelo luxo dos equipamentos e o conforto das instalações, onde o consumidor era trucidado nos seus direitos, algo tão vergonhoso que o secretário Claudio Lima mandou desativar.
O que foi denunciado aqui na Paraíba confirma-se em Rondônia e os que revelaram as maracutais criminosas e foram solenemente desacreditados pelo poder de influência da Energisa estão sendo convocados para depor na CPI instalada pela Assembleia de Rondônia como forma de contribuir para esclarecer essa rede de exploração do consumidor que continua agindo placidamente no estado, acobertada e protegida pela conivência de quem devia interpela-la.
O que ninguém sabe nem procurou saber é se o IPEM paraibano também entrou na lista das repartições bancadas pela Energisa e se os flagrantes e pericias de medidores não obedeceriam às ordens da empresa para robustecer lucros, posteriormente empregados em adquirir outras concessões e continuar na sua saga de fraudar e extorquir o consumidor.
Jamais, teremos isso esclarecido na Paraíba, porque aquelas vozes que uivaram contra a Energisa silenciaram súbita e vergonhosamente e tudo foi sepultado por um acordo de “cavalheiros”.
Lucros
O Jampanews está colhendo informações para mostra os lucros absurdos da empresa no Estado aplicados na compra de concessões como a de Rondônia, Acre e Mato Grosso, o que estaria sucateando os serviços de atendimento cuja resposta ao consumidor passa das 24 horas, em qualquer circunstância, principalmente na periferia e em zonas rurais.
Apenas como pitada: a Energisa compraria no Estado 43% da energia distribuída, o que baratearia seus custos, possibilitando um volume de recursos, capaz de garantir a compra de outras concessionárias.