Líder do PL diz que Motta busca “saída salomônica”, mas Eduardo Bolsonaro ataca dizendo que ele age como “esquerdista do Psol”
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) avalia que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), está tentando buscar uma “saída salomônica” para o projeto de lei da anistia – o problema 01 da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o deputado, Motta “está segurando” as assinaturas de líderes partidários que já indicaram apoio à anistia enquanto estuda o que fazer com o texto. Enquanto isso, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirma que Motta “tem falado igual a um esquerdista do PSOL”.
Sóstenes deu as declarações durante entrevista à Coluna do Estadão/Broadcast Político. Mais cedo, o líder do PL citou as “situações e a pressão que uma cadeira de presidente sofre”. Também indicou que a obstrução anunciada pela legenda no início da semana vai continuar, apesar de uma trégua para a votação de atas de emendas parlamentares.

De acordo com Sóstenes, tal gesto impede a legenda de “radicalizar”. Nesse contexto, a avaliação do deputado é a de que Motta “está dando uma no cravo e outra na ferradura” – expressão que quer dizer ‘fazer algo bom e em seguida algo ruim’.
O radicalismo de Eduardo
Já Eduardo endurece o tom: “Ele tem falado basicamente igual um esquerdista do PSOL, falando que é contra a anistia, democracia, e aquelas questões todas que estamos acostumados a ouvir da boca de Lula e dos puxadinhos do PT”, afirmou o deputado em entrevista à rádio Auriverde.
Eduardo acusou Hugo Motta de sofrer ameaças para que o projeto de lei não seja pautado. Ele insinuou que a opinião do presidente da Câmara sobre o assunto sofre influências do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Parece ignorar o gesto de Motta em favor da direita, pois já enviou à Comissão de Constituição e Justiça um recurso do PL para suspender a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), réu no Supremo Tribunal Federal por envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022.
“A pressão popular é essencial. Hugo Motta, em bom português, está sendo ameaçado. Ele vai negar isso publicamente e deve fazê-lo se for perguntado. Antes do jantar dele com Moraes, a opinião dele era bem clara a favor da anistia”, disse Eduardo.
Redação, com CNN e Estadão
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