Livânia Farias pode revelar em palestras quais os interesses de Ricardo para impor o comandante geral da PM
O coronavírus tem servido de barreira sanitária para muita gente e para muita coisa que, se não fosse a pandemia seria o centro das atenções e a preocupação maior da sociedade pelo potencial deletério que escondem e pelas ramificações ainda em estágio latente, mas, capaz de consumar propósitos inconfessáveis, alguns já revelados e comprovados, outros ainda sob sigilo para não comprometer as investigações em andamento.
Toda essa parafernália relacionada ao ex-governador Ricardo Coutinho, aquele cuja imagem arrotada de probidade sucumbiu às revelações das fitas gravadas pelo comparsa Daniel Gomes mas que ainda resiste e persiste em alguns setores, infiltrados na máquina estadual sem que a gestão atual demonstre determinação para remover essa chaga.
A gestão de João iniciou demostrando incapacidade e inapetência para montar um Governo que seguisse o estilo e o perfil do candidato eleito antecipadamente submetido ao que já estava sob pretexto de um governo de continuidade, farsa desmontada e desmoralizada pelas investigações procedidas pelo Gaeco.
As investigações quebraram a espinha dorsal de uma organização criminosa que deve ser detalhada em palestras, que uma de suas peças terá que proferir como expiação aos danos causados a sociedade.
Livânia Farias terá que esmiuçar o esquema de saque organizado pelo ex-governador Ricardo Coutinho e revelações bombásticas devem chegar ao conhecimento público particularmente aquelas ainda encobertas e que poderão expor alguns dos principais esteios da ocrim.
Muita sombra ainda encobre as atividades da organização cujo chefão anda de tornozeleira; e as mais densas e sombrias pairam sobre quarteis e delegacias, prédios que abrigam as famosas forças policiais, usadas para ameaçar, chantagear e vasculhar a privacidade de pessoas e autoridades, além de escoltar o dinheiro roubado a Saúde e a Educação.
A Paraíba seria um caso raríssimo de ter suas forças policiais a serviço do crime organizado como constatou e denunciou a Operação Calvário mostrando os intrincados caminhos da corrupção, onde hangares e servidores militares trabalhavam na recepção e escolta desses recursos desviados ao erário.
Sabe-se da luta política travada para formação da equipe de um governador que foi plantado no cargo para dar continuidade a esse suposto esquema de rapina e que não teve a necessária autonomia para montar seu Governo e terminou surpreendido pelo mais retumbante escândalo da vida republicana do Estado vendo metade de sua equipe recolhida às grades.
Um dos detalhes que mais chama a atenção dessa tragédia moral que mergulhou na lama a reputação mais enfática da política local seria a sobrevivência de certas figuras, cujo grau de relacionamento com o chefão suficiente para retirá-los de circulação e cargos, mas, apesar de todas as evidências de estreita cooperação continuam firmes e fortes a frente de instituições, cuja responsabilidade social é imensa.
Imposição
Sabe-se com certeza que a escolha do comandante geral da Policia Militar foi uma imposição de Ricardo Coutinho ao governador João Azevedo.
Mas, os interesses do hoje réu e acusado de chefe de quadrilha de manter à frente da Polícia Militar um homem da sua inteira confiança e de decantada lealdade e gratidão, revela-se até hoje um mistério que ninguém nem o governador muito menos as autoridades competentes mostraram interesse em desvendar.
E a Policia Militar – apesar de todos os percalços e de todas as evidências de comprometimento com o esquema desbaratado – continua submetida aos interesses, mais do que nebulosos do chefe da quadrilha socialista, representados e defendidos pelo atual comando como se pode constatar por suas declarações de lealdade em seus perfis, irremovível do cargo e relacionando-se com o mundo oficial com uma naturalidade que estarrece em virtude das sombras que nublam sua pessoa e do passado de exaltado auxiliar do chefe da organização criminosa cujos tentáculos teriam capturado o Estado como enfatizam os investigadores.
É assustadora a naturalidade com que essas ramificações se comportam em sociedade movimentando-se dentre os poderes com intimidade insultuosa, apertando mãos, as mais dignas, cujo toque torpe já seria suficiente para macular qualquer cidadão em razão de quem os indicou para os cargos.
É de se perguntar: qual o interesse de Ricardo para impor o nome do comandate geral e o que levou Claudio Lima declinar do convite para continuar secretário?
Segundo consta o delegado federal não queria continuar na companhia do atual comandante.
Mas por que Claudio Lima não queria o atual comandante?
Pergunta que só o Gaeco pode responder.
Ou Livânia Farias nas suas palestras.