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Lula aciona Padilha para negociar com partidos e prevê mais duas semanas para desenhar reforma

O presidente Lula (PT) determinou o início de negociações com partidos da base aliada para realizar uma reforma ministerial. A expectativa é que as conversas ocorram nas próximas duas semanas para que o redesenho do primeiro escalão do governo esteja traçado após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado.

Lula se reuniu na quinta-feira (16) com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O presidente orientou o auxiliar a discutir com as legendas que estão na Esplanada dos Ministérios possíveis trocas nas pastas que elas já ocupam, além de outras reivindicações.

A ordem dada pelo presidente dá contornos mais claros às mudanças que Lula pretende fazer para a segunda metade de seu mandato. Até então, havia desde apostas em mudanças pontuais a alterações mais abrangentes, passando por substituições que se restringissem ao PT, num primeiro momento.

“O presidente está focando em aperfeiçoar a gestão. Portanto, há indicativo que as mudanças que o presidente quer fazer eventuais mudanças ainda neste mês, até para que quem entrar possa ter mais tempo de fazer alterações que presidente espera”, disse Rui, na ocasião.

Nesta semana, uma das mudanças estratégicas no governo para a segunda metade do mandato já foi oficializada com a posse do marqueteiro Sidônio Palmeira no comando da Secom (Secretaria de Comunicação Social), no lugar de Paulo Pimenta.

Há uma expectativa desde o ano passado para novas trocas na Esplanada que contemplem mais partidos da base aliada, como forma de ampliar o apoio ao governo no Congresso e estabelecer as bases para uma aliança que deve sustentar a candidatura governista na eleição presidencial de 2026.

A partir do resultado das eleições municipais, aliados do presidente apostam na ampliação do espaço ocupado pelo PSD da Câmara de Deputados. O próprio Lula deverá se reunir com o presidente do partido, Gilberto Kassab, na semana que vem.

Além do PSD da Câmara, há aposta na acomodação dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Eles deixarão o comando das duas Casas em fevereiro.

Dessas conversas dependerá o futuro do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG). Antigo aliado do ministro, Pacheco avisou ao presidente que a permanência de Silveira já não atende a um pleito do partido.

Ainda de acordo com aliados de Lula, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), poderá assumir um ministério na reforma. Petistas reivindicam para ela a Secretaria-Geral da Presidência no lugar de Márcio Macedo.

Seu nome também é mencionado para os ministérios do Desenvolvimento Social e das Mulheres.

Um dos responsáveis por essa articulação, Padilha também é citado nas conversas sobre mudanças no governo. Um dos destinos possíveis seria o Ministério da Saúde, que já comandou.

Outra possível pasta seria a Defesa. O atual ministro, José Múcio Monteiro, já disse que não pretende ficar até o fim do governo. Segundo relatos, ele já sugeriu a Lula alguns nomes para seu lugar. Entre eles, o de Padilha. Outro nome seria o do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Márcio Elias Rosa. Diplomatas também são cogitados para a vaga.

Apesar da expectativa de conclusão das conversas até a eleição para as direções da Câmara e do Senado, esse cronograma pode ser frustrado, como aconteceu nas articulações para a entrada do centrão no governo.

Desde o início de seu governo, Lula já demitiu seis ministros, contando com a mais recente troca na Secom, oficializada na terça-feira (14). No primeiro ano de governo, ele fez mudanças em três pastas para atender ao centrão: Esportes, Turismo e Portos e Aeroportos.

 

Transcrito da Folha/UOL

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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