Mais um coronel desrespeita a Lei 3909/77 e permanece na ativa quando devia ser remanejado para a reserva
Há coisas que só o tempo pode explicar. Uma delas seria a ascensão de um militar cuja qualificação profissional é contestada por colegas, mas que foi elevado as esferas mais seletivas do serviço público impulsionado por apadrinhamentos altamente discutíveis depois que o Gaeco varreu para o lixo a reputação de muita gente nesse estado.
Figura discreta, de aspecto sombrio bem ao estilo da soturna atmosfera que impregnava o universo tenebroso da organização criminosa que governou esse estado, o tenente-coronel Sergio Fonseca saiu do anonimato da caserna para o estrelato de uma secretaria tradicionalmente obscura.
Essa catapultada para o palco de acontecimentos deprimentes como a invasão do presidio de segurança máxima PB1 deu-se graças a influência de dois irmãos do ex-governador Ricardo Coutinho, Coriolano Coutinho e Sandra Coutinho, o primeiro visto como o mais perigoso e violento da quadrilha chefiada pelo irmão, e tido como general das forças policiais a serviço da organização criminosa.
Sobrevivente ileso da tragédia que repercutiu em todo país – algo traduzido como a queda da bastilha paraibana, a derrubada dos portões do presidio de segurança máxima numa madrugada inesquecível onde o então governador Ricardo Coutinho reconheceu a impotência do armamento estadual em comparação ao dos bandidos que invadiram o edifico e ignoraram a quase nenhuma resistência do Governo, mostrando que o dito cujo coronel não correspondeu a confiança depositada revelando que sua função não seria defender o presídio, mas resguardar algumas figuras, recomendadas como especiais, e cuja língua teria que ser controlada para não por em risco outras figuras de reputação até então ilibada.
O coronel saiu lépido e fagueiro do desastre do PB1 ao ponto de permanecer no cargo ocupado desde maio de 2018 e que completou agora no dia 5 deste mês dois anos de exercício em cargo civil o que lhe remete para reserva como determina a Lei 3909/77.
O coronel Sérgio é um remanescente da tropa de choque do esquema posteriormente acusado de criminoso pelas investigações do Gaeco, implantado na máquina do estado pelo ex-governador.
O secretário juntamente com outros oficiais de alta patente, entre eles o comandante geral da Polícia Militar, não são submetidos as leis que regem a caserna.
E, apesar dos envolvimentos e de tudo que depõe contra sua permanência em cargo público, mostra-se intocável e acima da Lei, já que não foi remetido para a reserva, e se depender de João, jamais será a não ser que alguém entre com uma ação na Justiça para cobrar o respeito que se deve a legalidade como parece ter feito o Clube dos Oficiais da Paraíba recentemente, ingressando com uma ação para corrigir esses abusos.
Herança Maldita
O governador precisa entender – e já teve tempo para entender – que herdou uma equipe bichada na segurança Pública por todos os desdobramentos das investigações, apontando para o comprometimento desse setor com os desmandos cometidos pelo esquema supostamente criminoso, denunciado pelo Gaeco ao anexar no processo as delações que atribuíam ao irmão do ex-governador uma influência descabida no aparelho policial de forma tão acintosa que teria capturado outros poderes.
O que esse pessoal da Segurança devia ter feito é o que fez o pessoal da comunicação: entregar os cargos para deixar o governador livre dessa sombra nefasta que as investigações projetaram sobre a gestão passada.
Mas falta a necessária dignidade para entender que a presença incômoda compromete a lisura da atual gestão mesmo que não tenham participado de nada comprometedor, porém, a lama que jorrou das investigações, atingiu a todos.
Mas como dignidade não é mercadoria que se encontre em qualquer prateleira continuam agarrados aos cargos, ignorando solenemente o constrangimento que provocam.