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Menina de 3 anos é baleada na cabeça em ação da PRF

Uma menina de três anos está internada em estado grave depois de ser baleada enquanto passava de carro com a família pelo Arco Metropolitano, na altura de Seropédica, Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Heloísa dos Santos Silva foi atingida por disparos na cabeça e na coluna. Segundo a família dela, os tiros partiram de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A corporação informou que os três policiais envolvidos no caso foram afastados preventivamente de suas funções. A arma utilizada por um deles foi apreendida. O veículo em que a família da menina estava apresentava registro de roubo, mas o pai dela disse que o comprou e desconhecia isso.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, em uma rede social, que pediu à PRF rapidez para o esclarecimento do caso. “E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento na PRF, como já havia determinado quando da demissão dos policiais do caso Genivaldo, em Sergipe”, escreveu, referindo-se à morte de Genivaldo de Jesus Santos, morto em 2022 por agentes da corporação em Umbaúba (SE).

Heloisa foi baleada por volta das 21h desta quinta-feira (7). Ela foi levada pelos agentes ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. A Polícia Federal (PF) vai investigar o caso.

Viatura da Polícia Rodoviária Federal estacionada em frente a hospital
Viatura da PRF (Policia Rodoviaria Federal) estacionada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde a menina Heloísa dos Santos Silva, de três anos, esta internada. Ela foi baleada na noite desta quinta-feira (7) no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense – Reprodução/TV Globo

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a menina chegou à unidade com baixo nível de consciência e um sangramento na cabeça. Ela passou por cirurgia e está internada no centro de tratamento intensivo.

O pai de Heloísa, William Silva, disse em entrevista a TV Globo que os agentes da PRF atiraram contra o carro da família após eles terem passado pela viatura da polícia.

“A Polícia Rodoviária Federal estava parada ali no momento que a gente passou. A gente passou e eles vieram atrás. Aí eu falei: ‘Bom, tudo bem, mas eles não sinalizaram para parar’. E aí, como eles estavam muito perto, eu dei seta e, neste momento, quando meu carro já estava quase parado, eles começaram a efetuar os disparos”, disse Silva.

Em nota, a Polícia Rodoviária Federal disse que colabora com as investigações e apura o caso. “As circunstâncias estão em apuração pela Corregedoria da PRF. A instituição colabora com as investigações da polícia judiciária para esclarecimento dos fatos. Os policiais envolvidos foram preventivamente afastados das funções operacionais, inclusive para atendimento e avaliação psicológica.”

A corporação também lamentou o ocorrido.

O carro em que a família de Heloisa estava, um Peugeot 207 Passion, tem registro de roubo desde agosto do ano passado, segundo a PRF. A ocorrência havia sido registrada na delegacia de Magé.

De acordo com Silva, ele comprou o carro recentemente e não sabia que estava em situação irregular.

Uma das hipóteses que ainda será investigada é que os agentes tenham visto que o carro era roubado e, por isso, iniciaram a ação. De acordo com a corporação, a informação de que o veículo tinha registro de roubo foi descoberta após consulta da placa no Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública

Em julho deste ano, a PRF também afastou um de seus agentes após ele se envolver em um episódio parecido. No dia 17 daquele mês, Anne Caroline Nascimento Silva, 23, foi morta ao ser baleada em uma ação da Polícia Rodoviária Federal.

O caso é investigado pela corporação e pela Polícia Federal. Na ocasião, o namorado de Caroline, Alexandre Mello, contou que os policiais atiraram contra o carro em que estavam, na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias.

Folha de S. Paulo

Foto de Mikhail Nilov/Pexels

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