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Mulheres da Academia de Cordel do Vale do Paraíba denunciam ataques machistas dentro da instituição

Um grupo de mulheres poetas, poetisas e pesquisadoras da Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB) tornou pública, nesta quarta-feira, uma Carta Aberta denunciando a invisibilidade feminina na entidade e o machismo estrutural que tem marcado a atual gestão. O movimento, iniciado a partir da exclusão sistemática de mulheres das principais atividades acadêmicas, culminou na redação e publicação de um vídeo-manifesto que gerou grande repercussão nas redes sociais e no meio literário.

O estopim do conflito

O descontentamento das mulheres acadêmicas começou quando foi constatada a ausência na chamada para a produção de um cordel coletivo para o dia da mulher, promovido pela diretoria da ACVPB. Diante das recorrentes tentativas frustradas de diálogo interno, um grupo de escritoras decidiu tornar pública a denúncia, elaborando a Carta Aberta e convocando a diretoria a se retratar.

Apesar da reivindicação legítima, a resposta da diretoria foi o silêncio. Os pedidos de publicação da carta nos canais oficiais da ACVPB foram ignorados, e algumas acadêmicas que cobraram a diretoria publicamente passaram a sofrer represálias e tentativas de desqualificação. Quando finalmente foi publicado, foi feito numa página oculta, evitando a matéria na página principal do site e classificada como “abaixo assinado sem classificação”, numa tentativa de ocultar o manifesto. Em vez de uma resposta institucional respeitosa e transparente, o que se seguiu foi uma estratégia de silenciamento e desprezo.

Silenciamento e ofensas machistas

Após a ampla divulgação da Carta Aberta e do vídeo-manifesto, membros da diretoria optaram por um posicionamento evasivo, evitando qualquer debate público sobre as reivindicações apresentadas. No entanto, manifestações hostis começaram a surgir nos bastidores. Em um dos momentos mais alarmantes do episódio, o vice-presidente da ACVPB enviou um áudio a um poeta, ironizando o movimento das mulheres e dizendo: “Eu fico só imaginando as trouxas de roupa que essas mulheres estão deixando de lavar”, seguido de uma risada sarcástica.

A fala, além de machista e desrespeitosa, evidencia o desprezo da atual gestão pelas mulheres que compõem a Academia e reforça a urgência do debate sobre igualdade de gênero dentro das instituições culturais.

Mobilização e próximos passos

Apesar das tentativas de silenciamento, a mobilização das poetas tem ganhado força. O grupo segue firme em sua reivindicação por respeito, equidade e reconhecimento dentro da ACVPB. Além da continuidade do debate nas redes sociais, já estão sendo organizadas novas ações para dar visibilidade à luta, incluindo a criação de um núcleo feminino dentro da Academia

Apoio e solidariedade

A Carta Aberta tem recebido manifestações de apoio de diversas figuras do meio literário e artístico, além de intelectuais e ativistas da causa feminista. A mobilização continua, e o grupo reafirma seu compromisso em transformar a ACVPB em um espaço democrático e representativo para todas as suas integrantes.

Para mais informações, entrevistas e materiais adicionais, entre em contato:
[83982191801]

Representante das Mulheres da ACVPB

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