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Cultura

Murilo Freire faz sua estreia neste domingo com o monólogo “Esquecidos por Deus” no Festival Oxente de Teatro, em Alagoa Grande

Após 14 anos o ator pernambucano Murilo Freire volta aos palcos comemorando 40 anos de trajetória artística com o monólogo “Esquecidos por Deus”. A estreia acontece neste domingo, 28 de abril, às 17h e 19h30, com entrada gratuita, no Festival “Oxente de Teatro: 40 anos de atividade em grupo” que será realizado no Theatro Santa Ignez, em Alagoa Grande-PB.

O espetáculo “Esquecidos por Deus”, concebido pelo intérprete e pelo premiado Diretor José Manoel Sobrinho, a partir da obra “O Livro das Personagens Esquecidas”, do também premiado autor Cícero Belmar, trata de questões fundamentais dos tempos contemporâneos, como memória, identidade, patrimônio, apagamentos, esquecimentos e sua relação com religiosidades.

Natural de Recife, residente em Caaporã – Paraíba, Murilo Freire, uniu a cultura de dois estados em uma produção iniciada em 2023, entre ensaios nas capitais João Pessoa e Recife  e nos municípios de Goiana/PE e Caaporã/PB. “A última vez que estive nos palcos foi em 2010. Neste ano, 2024, completo 40 anos de carreira. Faço teatro desde 1984, iniciando aos sete anos e minha primeira temporada profissional foi aos oito anos de idade. Em 2002 decidi me dedicar mais ao ensino do teatro e à formação/preparação de atores e atrizes. Em 2010 fiz minha última aparição nos palcos desde então, a convite de uma ex-aluna que dirigia seu primeiro espetáculo e pediu minha colaboração. Retornar aos palcos com o mestre Diretor José Manoel Sobrinho é uma honra e felicidade”, declara o ator.

O Diretor José Manoel Sobrinho diz que, a idéia de realizar a montagem, é discutir sobre temas urgentes da contemporaneidade, tais como memória, patrimônio, identidade, seus apagamentos e esquecimentos, a relação destes processos com religiosidades, com o compromisso nas apresentações do acesso às pessoas com deficiência física e motora, assim como ao público da terceira idade. “Construímos o espetáculo realizando ensaios abertos em Recife, Goiana e Caaporã, para públicos diversos e específicos, com realização de rodas de conversa acerca dos temas abordados e sobre a própria dinâmica do espetáculo”, ressaltou o diretor.

A construção cênica do monólogo conseguiu aprovação para o Mini Doc “Esquecidos por Deus: Bastidores de uma produção teatral Caaporense!” aprovado em Caaporã – Dezembro 2023/ pela Lei Paulo Gustavo. O Projeto que está em andamento será lançado em breve.

O espetáculo inédito vai estrear na capital paraibana, no Teatro Ednaldo do Egypto, dia 24 de maio, sexta-feira, às 20h. Além da agenda das próximas apresentações que inclui Recife-PE, Goiana, Bodocó – Exu – Araripina e Caaporã-PB na Pousada Hotel Novo Paraíso.

O Festival Oxente de Teatro começa nesta  sexta-feira, dia 26 de maio, com programação comemorativa dos 40 anos da Cia Oxente e segue até o próximo dia 29. Serão oito grandes espetáculos paraibanos que serão apresentados com entrada gratuita  no Theatro Santa Ignez, na cidade de Alagoa Grande, no Brejo da Paraíba.

SOBRE:

 

 

MURILO FREIRE

Murilo Freire de Carvalho, Pernambucano, natural de Recife, iniciou sua trajetória no Teatro ainda criança, aos sete anos de idade, então aluno do Colégio São Luís/ Marista. Já no ano seguinte, aos oito anos, incentivado por sua mãe, iniciou carreira profissional, conduzido pelas mãos do saudoso ator e radialista Paulo Ferreira, tendo cumprido sua primeira temporada. O ano era 1985 e desde então os estudos e experiências no campo da arte teatral não mais pararam, mas só se aprofundaram. Em 1997 ingressa ao mesmo tempo na Universidade Federal de Pernambuco/UFPE, no curso de Licenciatura em Artes Cênicas, buscando tornar-se professor na área, mas também no Curso Regular de Teatro do Serviço Social do Comércio/ SESC, formação técnica profissionalizante para artistas do palco, notadamente atores e atrizes. Em 1998 recebe sua inscrição como Ator Profissional através do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão no Estado de Pernambuco/SATED-PE, sob a chancela do Ministério do Trabalho. Neste mesmo ano, parte em turnê internacional à Europa, onde acaba residindo pelos cinco anos seguintes, em Paris, França, onde atuou como ator profissional em várias montagens e espetáculo locais, festivais e turnês pelo país, bem como ingressou na Universidade de Paris-8/ Vincennes – Saint-Denis, para o curso de Arts du Spectacle (Artes do Espetáculo), onde se especializou nas técnicas de treinamento corporal para atuantes do palco. De volta ao Brasil e à sua cidade natal, Recife, em 2003, funda e dirige a Associação Labô-Espetáculo para a Pesquisa, Formação e Criação Teatral, através da qual ministrou inúmeros cursos de teatro em parceria com instituições como a Prefeitura do Recife, Governo do Estado de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco/UFPE e o Serviço Social do Comércio/SESC. Neste mesmo período, atua, também como Produtor Cultural e Gestor de Políticas Públicas de Cultura, notadamente para as Prefeituras do Recife e Jaboatão dos Guararapes e para o Governo do Estado de Pernambuco. Tem várias participações em congressos, seminários e colóquios nacionais e internacionais no campo das Artes Cênicas e da Arte-Educação, com artigos publicados dentro e fora do País. Em 2004, torna-se Professor de Teatro efetivo para o Serviço Social do Comércio/SESC, na unidade executiva SESC Ler Goiana, onde assume também o cargo de Supervisor de Cultura, conduzindo a política cultural da instituição para a Zona da Mata Norte de Pernambuco. Paralelamente a esta atuação, recebe formação como Psicoterapeuta e em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, atuando desde 2018 como Psicoterapeuta Holístico Integrativo, presencialmente e online para todo o Brasil, também ministrando cursos e formações nesta área.

JOSÉ MANOEL SOBRINHO

José Manoel Sobrinho é diretor, professor e ator de Teatro. Gestor e produtor cultural, já dirigiu mais de 100 espetáculos, tendo sido diversas vezes premiado. Natural de Bezerros (PE), reside em Recife (PE).

CÍCERO BELMAR

Cícero Belmar é escritor, dramaturgo e jornalista. Escreve para o público infantojuvenil, mas também contos, romances, biografias, crônicas e textos teatrais. Natural de Bodocó (PE), mora no Recife e é membro da Academia Pernambucana de Letras.

CONSTRUÇÃO CÊNICA DO MONÓLOGO “ESQUECIDOS POR DEUS”

O monólogo Esquecidos por Deus, inspirado na obra “O Livro das Personagens Esquecidas”, de Cícero Belmar, com dramaturgia de José Manoel Sobrinho e Murilo Freire de Carvalho, respectivamente o Diretor e o Intérprete deste espetáculo, iniciaram um processo de ensaios visando uma circulação no estado da Paraíba, Pernambuco, assim como por outros estados do Nordeste e demais regiões do Brasil.

A atuação em Esquecidos por Deus parte de uma pesquisa prática e corporal do ator-pesquisador Murilo Freire no âmbito da pré-expressividade (Barba) e do trabalho sobre as ações físicas (Stanislasvski/Grotowsky),  fundamentada na antropologia teatral e na etnocenologia, que já vem sendo desenvolvida há cerca de 20 anos, denominada de Arquetipia Humanimal. Tal pesquisa baseia-se na observação de um fato corriqueiro, por vezes anedótico, mas que sugere uma hipótese fundamental. O fato observado é mimetização, por parte de diversas espécies animais que, domesticadas, na convivência próxima com seus tutores, passa a reproduzir hábitos, temperamentos, humores e mesmo expressões faciais e sonoras que consideramos “humanas”, muitas vezes suscitando brincadeiras, anedotas e até os famosos “mêmes”, tão comuns nas redes sociais. Deste fato corriqueiro, surge então a hipótese fundamental: E se nós, humanos e também pertencentes ao reino animal, dado o nosso grau de consciência mais complexo em relação às outras espécies animais, fossemos, de fato, a única espécie animal capaz de reproduzir em nossos comportamentos, individuais e coletivos, todos os hábitos da demais espécies? De fato, de forma isolada ao comportamento de cada espécie, vemos no reino animal existência de hábitos como a monogamia, a exemplo de pinguins, araras e elefantes, e da não-monogamia, a exemplo de cães, gatos, outras aves e insetos; espécies de hábitos individuais e que vivem isoladamente, como ursos e tigres, e outras de hábitos coletivos, como lobos; ou ainda espécies de hábitos noturnos, como gatos e morcegos, enquanto outras funcionam diuturnamente, como formigas e cães; apenas para citar alguns exemplos de comportamentos e hábitos que nossa espécie é capaz de reproduzir a partir das escolhas individuais e/ou dos contextos socioculturais inerentes à vida humana.

Partindo desta hipótese, na condução da pesquisa prática que leva à construção de personagens com base no método das ações físicas, seguindo os conceitos de corporeidade e fisicidade (Burnier), onde o atuante inicia o trabalho por reproduzir em seu corpo, aspectos da corporeidade de um determinado animal não humano, como sua respiração, seus impulsos físicos, mobilidades articulares, ritmos e dinâmicas de movimentação e locomoção, etc., ao ponto de alterar sua própria corporeidade humana nesta nova de forma plenamente codificada e dominada em sua execução. Atingido este primeiro resultado, o atuante retoma a fisicidade humana (forma externa) preservando os aspectos codificados desta nova corporeidade. É neste momento que surge um arquétipo humano claramente identificável, onde o observador deste processo, ou o próprio espectador, tem a nítida impressão de “já ter visto alguém assim”, seja alguém autoritário, agressivo, submisso, amoroso, lânguido, doce, raivoso, ansioso, medroso, agitado, alegre, serelepe… Este é o Arquétipo Humanimal, do qual será composta a partitura física que irá sustentar a construção do personagem e que é à base do processo interpretativo de Esquecidos por Deus.

 

II FESTIVAL OXENTE DE TEATRO – CIA OXENTE DE ATIVIDADES CULTURAIS –

O grupo tem 40 anos de existência, desde a sua fundação vem se mantendo ativo, com espetáculos e oficinas de formação para professores, crianças, jovens adultos, idosos, mostras, circulação de espetáculos e participação em festivais. Fundada na cidade de Alagoa Grande em agosto de 1983. A Companhia desenvolve um processo de trabalho na investigação do universo regionalista nordestino. Em sua trajetória representou a Paraíba em vários festivais de teatro obtendo êxito por parte da crítica e do público.

PROGRAMAÇÃO – Gratuita

Sexta-feira – 26 de Abril

Theatro Santa Ignêz 19h

Abertura oficial

Espetáculo Maria’s

Exposição Cia Oxente: 40 anos de atividades

Momento Música: TBT Movimento Pao

Sábado 27 de Abril

Theatro Santa Ignês 19h30

Espetáculo: Formigas Bebem Absinto no

Armazém do Caos

Domingo 28 de Abril

Escola José Ferreira de Paiva 17h

Distrito Canafístula

Espetáculo infantil: Girandei

Theatro Santa Ignês 17h e 19h30

Espetáculo Convidado: Esquecidos por Deus (solo adulto)

Grupo Boca da Mata

Segunda-feira 29 de Abril

ECIT –

15h

livre

(Grupo Braúnas)

Osvaldo Trigueiro de Albuquerque Mello

Espetáculo Convidado: Devaneio – solo

Distrito Zumbi 17h

Espetáculo Convidado: Cartas para Marias

(Grupo Aconde)

Teatro Santa Ignês 19h

Espetáculo: As Nove Luas de Lua Cambará solo de Larissa, sócia contribuinte da Oxente

Espetáculo de dança popular: Grupo

Raízes do Paó

Observação: após os espetáculos haverá roda de conversa com o público.

Rede social: @ciaoxente @teatrosantaignezof @leipaulogustavopb @leipaulogustavo @secultpb @secultagoficial

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