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Na FCJA: mostra destaca arte de mulheres que participam de oficinas terapêuticas

A exposição “Bem me quero: arte que cura”, promovida pela Fundação Casa de José Américo (FCJA), será aberta para visitação pública às 16h desta terça-feira (13), no hall do Anexo I da instituição, localizada à Avenida Cabo Branco, 3336, na orla da capital paraibana. As obras, criadas a partir de oficinas terapêuticas na rede de atenção psicossocial de João Pessoa destinadas ao público feminino, ficam em exposição até o dia 13 de setembro.

O projeto foi criado a partir dessas oficinas terapêuticas e tem o objetivo de promover o empoderamento feminino, transformando as artes abstratas em ecobags (sacolas ecológicas), ampliando oportunidades de inclusão social e gerando um retorno financeiro para essas mulheres.

A partir da cultura e da arte, o projeto visa apoiar a autonomia, o protagonismo feminino, a geração de renda e a valorização da experiência subjetiva e sociocultural das participantes. Esse coletivo de arte é composto por mulheres de diferentes idades, em vulnerabilidade social, que desenvolvem arte livre (pinturas abstratas) em tecidos, em ateliê, que são transformados em ecobags e em telas.

O projeto foi inspirado em Nise da Silveira, médica psiquiatra brasileira que trouxe uma nova perspectiva para a saúde mental e as atividades terapêuticas, priorizando a liberdade e a livre escolha da pessoa em sofrimento psíquico, estabelecendo o cuidado e atenção à produção subjetiva, credibilizando a atividade expressiva como potencial terapêutico.

“É fornecido um espaço seguro para suas integrantes se expressarem artisticamente e uma fonte de renda sustentável”, explica a psicóloga Gisela Araújo, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), especialista em saúde mental e mentora e coordenadora do projeto “Bem Me Quero Empoderada”. As atividades estimulam a autoestima, a autonomia e a participação social das integrantes do projeto.

Além de Gisela, a equipe do projeto ainda é composta por Raquel Brandão, psicóloga clínica e coordenadora adjunta do “Bem Me Quero”, e pela arteterapeuta Zeneide Ferreira. “As oficinas terapêuticas de pinturas em tecido ocorrem semanalmente com as mulheres envolvidas no projeto. Em paralelo, são desenvolvidas atividades para levantar questões relacionadas à autonomia e reconstrução de suas identidades, autocuidado, respeito e valorização das suas individualidades e potencialidades”, completa Gisela Araújo.

De acordo com ela, a arte abstrata é associada a vários benefícios para a saúde mental, tanto na sua produção quanto na contemplação. “Há redução no estresse, estímulo à criatividade, melhora na autoexpressão e cognição e há aumento da empatia, entre outros benefícios”.

O projeto “Bem Me Quero” foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo em 2024 – legislação criada para incentivar e reaquecer o setor da arte e cultura no País. “Foi resultado de muita dedicação e apoio do projeto de extensão “Janela Aberta”, da UFPB, que somou forças para esta conquista. A partir do edital, foi conseguido um ateliê para o desenvolvimento do projeto e consolidação do coletivo de mulheres”.

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