Cheiro de queimado: Não será preciso chamar Sherlock Holmes para revelar quem vendeu arroz roubado ao Governo
O arroz apreendido nos depósitos do Sistema Penitenciário na quarta-feira (02) desta semana que se encerra continua sendo servido em bandejões pela oposição.
E um dos garçons mais açodados, o deputado estadual Walber Virgulino, ex-secretário da pasta, um sombrio gestor cuja reputação não é muito reconhecida por colegas de profissão, dos quais tem sofrido severas acusações, suficientes para desmerecer e esmaecer o tom catilinário com que costuma atacar o Governo do qual fez parte e que se tornou seu alvo preferido depois de sumariamente exonerado sem maiores satisfações.
Independente do açodamento e da disposição para verdugo do deputado Walber Virgulino o fato é que 21 toneladas de arroz roubados em Pernambuco foram encontradas de forma surpreendente e comprometedora no pátio de uma secretaria de Estado, o que enseja explicações transparentes para que o açodamento oportunista e maledicente de opositores, não espalhe sabor acre sobre o fato reconhecidamente estarrecedor.
Alguns aspectos do fato policial chamam atenção e apontariam para um esquema azeitado de se passar gato por lebre nos corredores sombrios do já sombrio Sistema Penitenciário.
A carga apreendida e roubada em Pernambuco no mês de abril era composta de uma determinada marca de arroz (Beleza) e o arroz licitado da marca Panelaço. Uma troca que intriga e desperta curiosidade geral já que o arroz apreendido seria de menor valor do que o licitado.
Onde como e quem fez essa operação de transmudação do arroz de Panelaço para Beleza seria de Serra Branca (PB) mercadoria distribuída por vários municípios de Pernambuco e da Paraíba, até chegar ao depósito do sistema penitenciário. Segundo informações do secretário Sérgio Fonseca, velho fornecedor do Governo.
Depois, fica evidente que não houve fiscalização no recebimento da mercadoria. Caso tivesse havido o arroz seria rejeitado por não atender as especificações da licitação, já que de marcas diferentes, o que leva o problema para dentro da Secretaria de Administração, cujos cuidados com a observação aos itens licitados, fica comprovado, não foram atendidos.
Outro aspecto que intriga e pode ser posto na conta da fatalidade é que a carga estava sendo rastreada por chip pela empresa roubada e que esta repassou para a Polícia Civil as informações que levaram os investigadores ao pátio da Secretaria, onde encontraram a carga roubada.
Então, a investigação deve ficar restrita a esses protagonistas: quem vendeu e quem recebeu e há quanto tempo isso podia estar sendo orquestrado, porque, meu caro Watson, esse arroz tem cheiro de queimado.
De acordo com o secretário de Segurança Jean Nunes, o Governo tem todo interesse em desenrolar o fio da meada para se chegar aos responsáveis e revelar a sociedade quem vendia gato roubado por lebre ao sistema penitenciário.
Da mesma forma o Secretário de Administração Penitenciária, coronel Sérgio Fonseca, que estaria disponibilizando todas as informações indispensáveis para se chegar aos autores da transação criminosa.
Um caso aparentemente simples de ser desvendado sem a necessidade de se chamar Sherlock Holmes.