ONU envia para o RS casas montáveis usadas para abrigar refugiados venezuelanos em Roraima
O Rio Grande do Sul recebeu as primeiras 8 das 208 unidades de habitação para refugiados cedidas pela ONU (Organização das Nações Unidas).
As RHUs (Relief Housing Units, na sigla em inglês), casas modulares montáveis, foram enviadas de Boa Vista (RR) ao Rio Grande do Sul para auxiliar no problema habitacional causado pelas enchentes.
Uma estimativa da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) aponta que ao menos 101 mil moradias foram destruídas ou danificadas pelas consequências da calamidade climática que atingiu o estado.
Em nota, o gabinete do vice-governador Gabriel Souza (MDB) confirmou que as primeiras oito unidades já chegaram ao aeroporto de Canoas, e o governo estuda locais para instalação.
“Uma especialista em montagem, vinda de Roraima está chegando a Canoas nos próximos dias e, em um primeiro momento, agendaremos com os engenheiros da Secretaria de Obras um rápido treinamento para montagem”, diz o texto.
“Deste modo, assim que as demais chegarem definiremos, de acordo com as necessidades e as características, a destinação”.
Segundo o último levantamento da Defesa Civil, divulgado na noite desta quarta-feira (22), o estado ainda tem 581.633 desalojados e 68.345 pessoas em abrigos.
A Acnur (agência da ONU para refugiados) informa que mais 100 unidades estão em deslocamento oriundas da Colômbia, e outras 100 chegarão na próxima semana.
A agência também enviará itens de necessidade básica, kits de higiene e equipamentos para situações de calamidade, como mosquiteiros, lâmpadas e esteiras para proteção de colchões.
As unidades habitacionais foram desenvolvidas em parceria com a empresa social Better Shelter e a Fundação IKEA, são feitas de aço leve e abastecidas com energia solar. No site da Better Shelter, uma RHU pode ser comprada 1.495 euros, aproximadamente R$ 8.340 na cotação atual.
Além do uso em Roraima, onde estruturas do tipo são utilizadas para acomodar venezuelanos recém-chegados ao Brasil, as RHUs foram utilizadas em Manaus para um abrigo de trânsito de migrantes e em comunidades indígenas. As unidades também foram utilizadas durante a pandemia de Covid-19 como áreas de isolamento.
Fonte: Folha/UOL