Padilha minimiza elo com Cunha e diz que Hugo Motta é “91%”, por adesão a governo na Câmara
O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) exaltou a proximidade do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) com o governo Lula (PT) e acrescentou que, para ele, o apelido do favorito para presidir a Câmara dos Deputados é “91%” —em referência ao índice de votação do parlamentar acompanhando o governo, como mostrou a Folha.
Hugo Motta é dado como certo para suceder Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa, cuja eleição ocorrerá no sábado (1º). Ele conta com o apoio de partidos do governo e da oposição. Padilha diz esperar “não adesão total”, mas uma “postura institucional” do futuro presidente da Câmara.
O deputado, em 2015, esteve à frente da decisiva CPI da Petrobras e foi correligionário e aliado do então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O então emedebista comandou o impeachment de Dilma Rousseff (PT) na Câmara.
Padilha, responsável pela articulação política do governo, destacou ainda o papel que o então líder do Republicanos teve de apoio à gestão Lula nos últimos dois anos de aproximar o partido do governo, além de ajudar na negociação para a ida do deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para o Ministério de Portos e Aeroportos, em setembro de 2023.
“Ele teve um papel muito importante também na condução da CPMI contra o golpe para reafirmar a democracia, reforçar o papel da relatoria que caracterizava a atuação criminosa e foi muito decisivo para toda a agenda econômica que nós aprovamos”, completou.
O ministro também disse que pediu ao presidente Lula a liberação de todos os ministros parlamentares, deputados e senadores, no final de semana para votar tanto em Hugo Motta quanto em Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para presidência do Senado.
Padilha diz que o governo espera não uma adesão total, mas “postura institucional”.
“O presidente Lula nunca quer ter o presidente da Câmara ou o presidente do Senado dele. Nós tivemos o líder Hugo Motta, o Republicanos teve adesão total às propostas de governo. Agora, o que eu espero dele, de presidente da Câmara, é não adesão total a qualquer ação do governo, mas uma postura institucional e acredito que ele vai ter também”, afirmou.
Lira teve relação conturbada com o governo, sobretudo com Padilha, com quem parou de conversar no ano passado. Questionado se a eleição de Hugo representaria uma melhora na relação do governo com o Congresso, o ministro falou em “ambiente cada vez melhor, porque há processo de reabilitação das relações institucionais”.
“Tem um processo de reabilitação das relações institucionais e acho que tanto a eleição Hugo Mota quanto a eleição de Davi Alcolumbre poderão reforçar esse processo de reabilitação institucional. A expectativa que eu tenho é que essa parceria entre o governo e o Congresso para aprovar a nossa agenda prioritária do Brasil continue”, disse.
Como mostrou a Folha, Hugo votou com o governo em 91% das votações das quais participou desde o início do atual governo.
Fonte: Folha/UOL
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil