Paralisação dos policiais mostra força e determinação e enfrenta Justiça e Governo nas ruas e exige a exoneração do coronel Euller
O Governo pagou para ver e está vendo a enorme mobilização dos policiais militares e civis, não apenas cobrando salários, mas também exigindo a saída do comandante geral visto como um elemento pouco confiável diante de sua postura dúbia naquela de acender vela a Deus e ao Diabo durante todo processo de discussão entre Governo e entidades representativas das categorias, que compõem o Fórum dos Servidores da Segurança Pública.
As muitas cenas divulgadas – e a postura exorbitante da Justiça numa demonstração de parcialidade que estarrece e que já rendeu seus frutos no triste episódio dos recursos julgados pelo STJ sobre a volta de Ricardo Coutinho à prisão mostram que o movimento ganhou força e apoio dentro das corporações, fugindo ao controle tíbio do mais caviloso dos comandantes gerais, ele realmente um elemento complicador no processo haja vista a enorme repulsa que praças e oficiais lhe devotam.
Ônibus esvaziados com a tropa escalada para garantir a segurança de eventos como o Folia de Rua, que ontem prosseguiu com o desfile do Bloco Muriçocas do Miramar – o mais gigantesco bloco carnavalesco da cidade e um dos maiores da região nordeste – desembarcando, atendendo ao apelo dos manifestantes; viaturas com pneus esvaziados nos pátios dos quarteis e delegacias, além da tremenda mobilização que cercou a Granja Santana confirmam o êxito do movimento grevista mesmo debaixo das sanções draconianas do desembargador Leandro dos Santos, que estipulou multas milionárias as entidades e aos seus dirigentes, ignorando e atropelando todos os princípios que regem a autonomia das assembleias das categorias, soberanas nas suas decisões.
Nem a Justiça muito menos a baba asquerosa do comandante geral foram suficientes para demover os manifestante que, em tom de deboche repeliram a patética tentativa de negociação do coronel Euller achincalhado e tendo seus proventos milionários comparados ao soldo irrisório que os subalternos recebem.
O Euller foi sumariamente repelido e enxotado e sua exoneração passou ser uma das exigências do movimento atendendo as manifestações de hostilidade e desapreço que sua longevidade estéril produziu e que os escândalos que o cercam multiplicaram.
É visível pelos destemperos e impropérios, que assumiram condições de insultos a pessoa do coronel, que não há mais condição do passivo governador mantê-lo no cargo e que sua presença causa asco e revolta aos subordinados diante de tudo o que compromete a figura do comandante acusado de ser um dos mais atuantes tentáculos do Governo que se desfaz na lama da corrupção e do descrédito.
As manifestações de hostilidade ao comandante ocupam as redes sociais em forma de vídeos e áudios, onde as expressões mais rasteiras definem o coronel.
Diante dos valores da hierarquia e da disciplina que regem as corporações militares, um comandante que atingiu tal nível de degradação moral não reúne mais condições para impor a autoridade que o cargo exige.
A greve incorporou ingredientes, que devem dar muita dor de cabeça ao governador João Azevedo, enfrentando a mais grave crise de sua turbulenta gestão e sendo obrigado exonerar o ultimo reduto das relações ocultas que ainda mantém com a organização criminosa liderada por Ricardo Coutinho solto e a vontade para manipular esses cordéis.