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Pesquisa do Sebrae revela que a Paraíba tem 139 mil mulheres empreendedoras

Levantamento, feito com base em dados do IBGE, revela ainda que a maior parte das empresárias prefere investir nos setores de comércio e serviço
Uma “empreendedora nata”. É assim que se sente a nutricionista e empresária Renate Negreiros, que tem o próprio negócio há 25 anos. Em meio aos desafios e oportunidades nesse período, ela tem a mãe, Cidronia Vidal de Negreiros, que tem 97 e dedicou 70 anos ao próprio negócio, como inspiração e exemplo de perseverança. Neste mês da mulher, Renate faz parte das 139 mil empreendedoras da Paraíba, sendo 39 mil delas moradoras da capital.
O número está no relatório “Donas do próprio negócio”, realizado pelo Sebrae com base nos dados da Pesquisa por Amostra Domiciliar contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, referente ao quarto trimestre de 2024. O documento traz dados sobre os setores de atuação das empreendedoras: 57,6% das mulheres atuam no setor de serviços, como vendedoras em comércios e mercados, enquanto 11,3% atuam como trabalhadoras qualificadas, operárias e artesãs, e 11,2% dedicam-se ao setor agropecuário, florestal, de caça e pesca.
Renate Negreiros empreende no setor do comércio, produzindo sorvetes na Zé Palleta. Para ela, o negócio é uma realização pessoal e profissional. “Os desafios de uma mulher empreendedora são muitos, pois liderar pessoas não é tarefa fácil. Mas com conhecimento e domínio do que se propõe a fazer, se torna mais simples. Temos o nosso lar para administrar, quando chegamos do nosso trabalho, bem como precisamos provar o tempo todo que somos capazes. Infelizmente, ainda é assim em muitos segmentos. O mais importante é descobrir o que gosta de fazer e enfrentar o medo, pois todo negócio é desafiador”, explicou.
Apesar dos desafios diários e da busca para sempre equilibrar a vida pessoal e a profissional, Renate está sempre à procura de novidades para a sua empresa e se diferenciar no mercado. Entre as iniciativas que está trabalhando no negócio, a empresária participa do programa Agente Local de Inovação (ALI) do Sebrae/PB.
“Mesmo com a experiência de anos no mercado, por ser empreendedora nata, a inquietude está presente o tempo todo. Hoje, a concorrência é enorme em qualquer segmento, por isso precisamos criar um diferencial em nossos produtos, sermos resilientes e estarmos sempre atentas. Pensado nisso, estamos participando do ALI, que nos ajuda a empreender com mais segurança, conhecendo as nossas fragilidades e oportunidades para o crescimento ordenado”, explicou a empreendedora. Ela adiantou que já pensa em criar uma franquia da empresa.
Para Cláudia Pereira, gestora do ALI do Sebrae/PB, o programa é um reforço para quem busca se destacar no setor onde atua e também vislumbrar novas oportunidades e melhorias. “Além do mais, táticas como a avaliação de tendências, a rede de contatos e a implementação de tecnologias inovadoras podem ter um impacto significativo no desenvolvimento e fortalecimento do negócio”, acrescentou.
Perfil das empreendedoras – O levantamento do Sebrae/PB sobre empreendedorismo feminino revela ainda o perfil das donas do próprio negócio. A maioria (42,7%) tem de 40 a 59 anos, seguido pelas mulheres na faixa etária de 25 a 39 anos (38,6%). As demais (7,5%) têm entre 18 e 24 anos. Já sobre a escolaridade, 41,2% das mulheres têm ensino médio; 27,1% têm ensino fundamental e 6% não têm instrução.
Sobre a remuneração, a pesquisa aponta que 44,2% das mulheres empreendedoras ganham até meio salário mínimo, enquanto apenas 2,3% alcançam rendimentos entre 5 e 10 salários mínimos. O rendimento médio é de R$ 1.399,50.
Para a gerente da Unidade de Educação Empreendedora do Sebrae/PB, Humara Medeiros, os desafios da mulher que empreende ainda são muitos, sobretudo ao conciliar a jornada como dona de casa, vida pessoal e o seu negócio. “São vários papeis que ela assume que acabam tirando ela daquele espaço que necessitam da presença dela, que é o negócio. Então, muitas vezes, ela não tem o tempo de parar e planejar devidamente, pensar estratégias do seu negócio e isso vai fazendo com que essas dificuldades do universo feminino ainda sejam maiores no tocante ao empreender”, acrescentou.
Uma das oportunidades que auxiliam as mulheres empreendedoras a buscarem seus espaços e realizarem o sonho do próprio negócio é a capacitação. “Por isso, que cada vez mais a gente tem conseguido espaços e estamos buscando ainda mais. E um dos fatores que a gente tem para alcançar novos patamares é justamente buscando informação e conhecimento”, reforçou a gerente.

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