Pesquisadores da UFPB descobrem nova espécie de serpente da Mata Atlântica
Pesquisadores da Paraíba e de São Paulo encontraram uma nova espécie de serpente da Mata Atlântica. Os professores Gentil Alves Pereira Filho e Frederico Gustavo Rodrigues França, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), colaboraram com o estudo que descobriu e descreveu cientificamente a serpente Caaeteboia gaeli, chamada popularmente de cobrinha-marrom-do-litoral.
A espécie não é peçonhenta, nem agressiva e é considerada pequena, com aproximadamente 50 centímetros de comprimento. A nova espécie pertence a um gênero raro (Caaeteboia Zaher et al.), até então representado por uma única espécie (Caaeteboia amarali), a serpente Caaeteboia gaeli. Sua distribuição geográfica é muito restrita, nos estados da Paraíba e de Pernambuco.
“Certamente é uma serpente que já pode ser enquadrada como ameaçada, uma vez que a distribuição geográfica dela é muito restrita. Atualmente, a gente só conhece na Paraíba e Pernambuco, em locais muito restritos da Floresta Atlântica”, explica o pesquisador da UFPB Gentil Alves Pereira Filho.Histórico
O primeiro exemplar dessa nova espécie de serpente foi capturado em 2008, em um fragmento florestal da Mata Atlântica, da Companhia São João, no município de Cruz do Espírito Santo, na Grande João Pessoa. Dez anos depois, em 2018, foi encontrado o segundo exemplar dessa espécie de réptil no município de Pedras de Fogo, também na Grande João Pessoa. Um terceiro espécime foi registrado no município de Saloá, estado de Pernambuco, e foi manuseado e fotografado na natureza, mas não foi coletado.
Em princípio os pesquisadores não sabiam que se tratava de uma espécie ainda não descrita, vindo a descobrir isso após análises comparativas com exemplares da Caaeteboia amarali.
Pesquisa
Os levantamentos de fauna, devidamente autorizados por meio de licenças do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), são importantes para revelar a diversidade presente em um determinado local ou bioma e para as práticas de conservação. Segundo os pesquisadores, a descoberta da nova espécie de serpente reforça a importância da conservação dos pequenos remanescentes de Floresta Atlântica no Nordeste do Brasil.
Também participaram da descoberta pesquisadores da Universidade de São Paulo (Giovanna Gondim Montingelli e Hussam Zaher), do Instituto Butantan (Fausto Erritto Barbo e Felipe Gobbi Grazziotin) e da Universidade Estadual da Paraíba (Gindomar Gomes Santana). Veja aqui a publicação do artigo científico sobre a pesquisa.