Postagens do coronel Euler, reverenciando o “delinquente” RC, provocam indignação e revolta entre oficiais; eles exigem a exoneração do coronel em nome da moralidade e dos bons costumes
Enquanto as bombas do apocalipse profetizado por Wellington Farias não despencam sobre os telhados que agasalham autoridades paraibanas, seria bom o governador João Azevedo ficar atento para o rumor surdo que agita a caserna e clama contra a permanência do coronel Euller Chaves no comando da corporação.
Insultos, achincalhes, declarações desairosas, contidas em áudios e vídeos, invadem a internet onde grupos de oficiais de alta patente cobram a imediata exoneração do atual comandante taxado de bundão e frouxo por um dos mais exaltados coronéis, que mandou a disciplina às favas para cuspir seu desprezo pelo comandante.
A situação se acirrou principalmente depois que o comandante postou em seus perfis, nas redes sociais, fotos de integrantes da PM, envergando nos capacetes e coletes as cores do partido socialista do qual o ex-governador é presidente.
A foto foi resgatada do passado, recordado com saudade e orgulho pelo coronel, onde ele enfatiza o início de uma caminhada que terminaria da forma como terminou: com o seu ídolo enjaulado e apontado como um perigoso delinquente, o que não levou o comandante apagar esses registros, agora amplamente desmoralizados pelos desdobramentos da Operação Calvário e que não justificam mais a apologia a um projeto que se revelou criminoso em sua essência do começo ao fim.
As fotos enfeitam os perfis do comandante e enaltecem um passado onde a verdadeira face de Ricardo se escondia por detrás de um projeto que alardeava uma revolução política no estado e da qual era o criador e principal protagonista o hoje considerado delinquente Ricardo Vieira Coutinho.
O atentado ao pudor cometido pelo comandante geral da Briosa Polícia Militar reverenciando um reputado delinquente teria sido a gota d’água para a permanência dele no cargo no entender de expressiva parcela dos oficias de alta patente, revoltados com o posicionamento do coronel alinhado e em defesa do crime organizado como se verifica nas postagens feitas por ele em seus perfis.
Um grupo desses coronéis estaria articulando uma nota para ser publicada na Imprensa repudiando esse posicionamento do comandante e cobrando do governador providências para coibir essa demonstração de afinidades com um chefe de quadrilha partindo de um auxiliar que tem por dever zelar e preservar a ordem pública.
Na visão desses oficiais, as postagens do coronel Euller, em seus perfis, afronta à dignidade da corporação, insulta os bons costumes da sociedade e desmoraliza a gestão de João Azevedo ao insinuar que ela ainda mantém vínculos estreitos com a quadrilha presa e processada.
Eles também estranham o silêncio das entidades representativas notadamente do Clube dos Oficiais em recolhimento constrangedor diante de situação tão afrontosa à corporação militar, destinada tradicionalmente ao combate aos criminosos, e nunca reverenciando e aplaudindo com manifestados sentimentos de gratidão chefes de quadrilha iguais aos que são postados pelo comandante geral ainda comandante pela tibieza e covardia das autoridades.