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Prefeitura arrecada e distribui absorventes a mulheres em vulnerabilidade social

Durante todo o mês de março, que contempla o Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, promove campanha em favor da dignidade menstrual, com a arrecadação de absorventes que serão doados às mulheres em situação de vulnerabilidade social. Os interessados em participar da ação devem fazer a doação do produto em um ponto de arrecadação, instalado no Paço Municipal, no Centro.

Na caminhada do 8 de março, na praia de Tambaú, também como forma de contribuir com os programas de combate à pobreza menstrual, os participantes puderam colaborar levando dois pacotes de absorventes para doação. Os produtos arrecadados na campanha ao longo do mês serão destinados à mulheres vulneráveis internadas no Instituto Cândida Vargas, na Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), nas ONGs, movimentos de mulheres e no Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra.

De acordo com a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres de João Pessoa, Nena Martins, o objetivo é reunir itens de higiene menstrual que serão doados às mulheres em situação de vulnerabilidade. “Essa iniciativa faz parte de uma campanha nacional. Observamos os pedidos em todas as palestras e rodas de conversas que realizamos nas comunidades. A ideia também pretende trazer visibilidade ao tema e conscientizar a sociedade sobre o direito à dignidade menstrual. A pobreza menstrual provoca sofrimento e angústia em muitas mulheres que não tem o mínimo necessário para manter sua higiene íntima”, declarou Nena Martins.

“Buscamos contribuir, por meio desta campanha, não apenas a arrecadação dos itens, que já ajudarão enormemente, mas também para a informação, para o debate e a conscientização de um assunto tão velado e que afasta da escola tantos adolescentes em situação de vulnerabilidade, aumentando ainda mais a desigualdade. Dignidade é o que buscamos”, acrescentou a secretária.

Conscientização – Pobreza menstrual é considerada a falta de acesso a recursos e infraestrutura para manter uma boa higiene no período da menstruação. Ela não se limita à insuficiência econômica para a aquisição de absorventes, coletores ou calcinhas menstruais, mas também abrange a inexistência de condições básicas de higiene como saneamento e acesso à água, banheiros e sabonetes nas escolas e em casa. Além disso, a pobreza menstrual envolve a falta de conhecimento a respeito da menstruação, um acontecimento natural que ainda é considerado um tabu por grande parte da sociedade.

ONU – O direito à higiene menstrual está relacionado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, contemplando Saúde e Bem-Estar, bem como a Igualdade de Gênero (ODS nº 3 e 5). Entretanto, de acordo com estudo elaborado em 2021 pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 713 mil adolescentes vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio. Além disso, faltam a mais de 4 milhões de meninas e meninos trans itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. O relatório mostra ainda que meninas brasileiras também estão sob situação de grande vulnerabilidade envolvendo outros serviços básicos essenciais para garantir a dignidade menstrual: 900 mil não têm acesso à água canalizada em seus domicílios e 6,5 milhões vivem em casas sem ligação à rede de esgoto.

Segundo estimativa da ONU, uma em cada 10 meninas faltam à escola durante a menstruação. No Brasil, o número aumenta para uma em cada quatro. A falta de acesso a absorventes apropriados e a utilização de substitutos como tecidos, papel e até miolo de pão pode causar infecções no trato urinário, nos rins e até lesões nos órgãos reprodutores femininos.

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