Presidenta da Caixa anuncia que Bolsa Família poderá ser pago com real digital
O projeto-piloto do real digital ganhou novos parceiros nesta quarta-feira. A Caixa Econômica Federal anunciou um consórcio com a Elo, empresa de cartões de crédito, e a Microsoft, gigante da tecnologia, para testar a nova moeda virtual do Banco Central. O vice-presidente de Finanças da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa, explicou que a parceria vai permitir o desenvolvimento de soluções inovadoras para o mercado de criptoativos, como a possibilidade de parcelar compras com o real digital. Além disso, a Microsoft vai contribuir com sua expertise tecnológica para acelerar a implementação da moeda virtual.
A tokenização é o processo de transformar um ativo ou um produto financeiro em um código digital, que pode ser negociado em plataformas virtuais. Assim, os usuários podem comprar e vender frações de bens ou serviços de forma rápida e segura. O real digital está em fase de testes desde março deste ano e deve ser lançado oficialmente no final de 2024.
Financiamentos imobiliários
Segundo o vice-presidente de Serviços Financeiros da Microsoft Brasil, Júlio Gomes, um dos produtos a serem desenvolvidos pelo consórcio será a compra de imóveis pelo real digital. O processo funcionaria como um Pix para a aquisição e o pagamento de prestações da casa própria. “A principal contribuição desse processo seria aumentar a velocidade e reduzir o custo dos financiamentos habitacionais”, declarou.
Para Maria Rita Serrano, a Caixa entra em vantagem nesse processo porque lidera a concessão de crédito imobiliário no país e poderá influenciar todo o mercado ao adotar o real digital nas transações. “O financiamento habitacional demora, em média, 25 dias até chegar o registro em cartório. Tem condições de agilizar e melhorar o atendimento”, comentou a presidenta da Caixa.
O representante da Microsoft acrescentou que o consórcio ainda constrói os sistemas a serem acoplados à plataforma de testes criada pelo Banco Central. Somente então, os produtos e as soluções tecnológicas serão desenvolvidas, inclusive fora das diretrizes mínimas estabelecidas perla autoridade monetária.
“A partir daí [da conclusão dos sistemas], os times [do consórcio] também trabalham nos produtos a serem criados em cima dessa rede. Há soluções mais tradicionais, como tokenizar alguns ativos para reduzir fricções e custos no sistema financeiro, mas haverá soluções fora da caixa”, declarou Gomes.
Testes
Os testes dos sistemas desenvolvidos pelos consórcios autorizados pelo BC começam em setembro. Nessa fase, a autoridade monetária avaliará a segurança da plataforma escolhida pelo BC nas operações simuladas entre o real digital e os depósitos tokenizados das instituições financeiras.
Os ativos a serem usados no projeto piloto serão os seguintes: depósitos de contas de reservas bancárias, de contas de liquidação e da conta única do Tesouro Nacional; depósitos bancários à vista; contas de pagamento de instituições de pagamento; e títulos públicos federais. Os testes serão feitos em etapas, com as transações simuladas com títulos do Tesouro Nacional sendo feitas apenas em fevereiro do próximo ano.
Fonte: Agência Brasil