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Professor de Filosofia projeta o caos para o futuro de JP como resultado das eleições municipais

Em novo artigo, que o Jampanews publica neste sábado (19), o professor de Filosofia e coronel reformado da PM, Arnaldo Costa, faz uma análise acurada das eleições municipais, onde a pobreza moral e a escassez de projetos e ideais se sobressaem no deserto árido que caracteriza a política de João Pessoa.

Uma cidade de quatro séculos, mas que ainda engatinha quando o assunto é gestão pública; e as perspectivas que as eleições municipais projetam para seu futuro visto pelo articulista como caóticas administrativamente e permissivas do ponto de vista da moralidade pelo perfil que reveste o caráter dos candidatos a prefeito e a vereador sinalizando para a continuidade do caos instalado.

Arnaldo Costa, um filósofo cético quanto ao futuro de JP

Vejam o que diz o professor de forma cirúrgica sobre o processo eleitoral onde no seu entendimento só Deus pode intervir para nos salvar:

Futuro triste de uma cidade

Arnaldo Costa

A cidade de João Pessoa é considerada uma cidade muito gostosa para viver, pelo menos até agora antes das eleições municipais. Afirmo isso conhecendo e ou morando em outras cidades deste país.

É uma cidade de médio porte, mas tem tudo ou quase tudo de uma grande cidade, além de ser possuidora de boas praias, inclusive com algumas de características selvagens em plena área urbana, o que é uma raridade no mundo ocidental.

Pois bem. Estamos às vésperas de uma eleição para a escolha do Prefeito e Vereadores para este Município. Como prevíamos, a massa dos candidatos seria com quantidade, mas de qualidade sofrível. Por que tal previsão?

Muito simples. O Brasil está mudando, inclusive pelos efeitos da última campanha e eleições para a Presidência da República, onde os brasileiros puderam exprimir seus desejos de real mudança na gestão publica.

Mas na contramão dessa onda de renovação política nacional está a campanha política na nossa cidade, onde para o cargo de Prefeito anunciam treze candidatos. Desses candidatos, há nomes de densidade política que estão envolvidos em investigações policiais, ou seja, pelas Operações Confraria e Calvário. Entre os demais, há apoios de nomes de destaque, mas também envolvidos em investigações policiais, inclusive um que já é réu no desacreditado STF. É uma imundice total!

Mas quais seriam os planos desses candidatos. É de uma pobreza franciscana. Infelizmente, esses candidatos desconhecem quatro fatores básicos para um plano de governo: primeiro, eles e suas assessorias não sabem o significado do que seja um plano de governo. Segundo, não têm consciência do que seja gerir uma cidade com mais de 800 mil habitantes, mas onde circulam habitantes de outras seis cidades vizinhas, o que representa uma população flutuante de mais de um milhão de pessoas. Terceiro fator ignorado: não têm a visão desta cidade para os anos de 2030 ou 2040. Ficam repetindo ideias ultrapassadas e até medíocres e longe de serem estruturantes. O quarto fator é que esses candidatos vomitam fazer isso ou aquilo, mas sem indicadores pesquisados.

Nenhum deles cita dados locais buscados, por exemplo, do IBGE, IPEA, IBEPES, IBPS ou de qualquer outro Instituto ou Agência de pesquisa social ou econômica. Ficam restritos a vomitarem fúteis intenções e mais intenções, sem nenhuma fundamentação. Isso, por serem limitados intelectualmente, apesar de um ou outro se elogiarem em serem portadores de cursos superiores, sabidamente medíocres por critérios internacionais. Coitados!

E por falar em intelectualmente, pergunta-se: qual teria sido o livro que qualquer um desses candidatos leu nos últimos cinco anos. Será que esse pessoal algum dia leu algo sobre Administração ou Governança Pública? Se um ou outro leu, não assimilou! Se eu tivesse bala na agulha, apostaria uma caixa de uísque. E do bom!

Se não bastassem todas essas carências, e até por recorrência, tais candidatos demonstram visíveis sintomas de patologias sociais ao postularem apoios de figurinhas carimbadas na política nacional.

Mas faz parte dos esquemas em busca do poder. Nenhum desses candidatos apresenta propostas concretas, ficando apenas em intenções inócuas. Exemplos: Quantas creches irão construir e com que recursos e onde seriam priorizadas? Como modernizar a mobilidade urbana com alternativas pelo VLP, metrô, aeromóvel, transporte fluvial usando o rio Sanhauá, corredores expressos ponta a ponta, BRT, linhas de ônibus usando tecnologia do algoritmo, ônibus usando hidrogênio e outras alternativas? Priorizar o uso de carros ou do transporte urbano? Descontos no IPTU para quem adotar praças ou trechos de ruas? Bases para um Plano Diretor da cidade para a década de 2030 ou 2040? Critérios para a real valorização do servidor público municipal? Como enxugar a máquina administrativa da Prefeitura? Como agilizar a Guarda Civil Municipal para auxiliar na segurança pública? A gestão do turismo da Capital continuaria estatal ou através de empresas envolvidas no trade turístico? Destino do lixo urbano?

Como ficariam as questões metropolitanas? Essas questões fundamentais e outras estão sendo esquecidas ou desconhecidas pelos ilustres candidatos. Isso demonstra o total despreparo desse pessoal, dos quais este aqui não escolheria nenhum deles para ser o síndico do prédio onde resido. E não peço desculpas por isso!

E aqui vale salientar que as pessoas não votam em quem querem. Em geral, a população vota em quem o esquema escolheu. Na verdade, os eleitores deste Município não têm opção em quem votar com firmeza na postura do candidato. São todos indignos de um voto! Infelizmente, um vai ter que sair eleito. E esse eleito vai ter quatro anos para desconstruir esta cidade. E depois, arma o esquema e a máquina oficial para ser reeleito. É assim que tem funcionado nessa política tradicionalmente alienada e corrupta.

E entre os candidatos à Vereador? Tenho absoluta certeza de que um nome sobressai aos demais. É uma pessoa honesta, competente e um profissional altamente preparado para dignificar a Câmara Municipal. O nome dele?

Estou à disposição pelo email: arnaldocosta1842@gmail.com

Em resumo: a nossa cidade está à beira do abismo da queda moral e administrativa, o que significa um retrocesso em todos os sentidos para nós outros pessoenses. Tentando evitar conviver com esse futuro desmando, cheguei a pensar em mudar o meu domicílio para uma cidade vizinha, mas o quadro é semelhante. Não há salvação. Como diz meu amigo irmão Vicente Troccoli: Siamo fottuti!

Que Deus nos proteja!

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