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Professora sofre censura e repressão por criticar homossexualidade; tema reproduz a Idade Média e reacende a fogueira da Inquisição

Tem início uma inversão de conceitos e valores na segunda década do século 21, com base na repressão violenta à livre manifestação do pensamento e da liberdade de expressão.

O que na Idade Média fora motivo de perseguição, injustiças, torturas, selvageria e assassinatos contra tudo o que se manifestasse em contradição aos dogmas da Igreja Católica, acontece de certa forma, hoje, em relação a quem se pronuncie em desfavor da homossexualidade.

Professora amarrada ao poste de tortura

O tema virou tabu e com a mesma ferocidade com que se investia contra ateus e agnósticos no Século XIII, quando teve início a Santa Inquisição, se volta agora contra quem, por qualquer razão, discorde da homossexualidade mesmo que se respalde pela Bíblia, o mais antigo e divulgado livro religioso no mundo ocidental, o primeiro a ser impresso por Gutemberg.

Mesmo essa fonte de conhecimento e registro das passadas do homem moderno sobre a terra, onde inclusive a Ciência vai beber dos seus ensinamentos, quando arqueólogos se orientam por seus registros para localizar sítios soterrados sob a poeira do tempo, vem sendo ignorada, quando o tema é a homossexualidade.

Nada do que a Sagrada Palavra de Deus condena em relação a homossexualidade tem valor e esses trechos, que reprovam essa prática sexual antiga, supostamente motivo para Deus destruir Sodoma e Gomorra, pode ser repercutido, sob pena dos caçadores de bruxas vestirem suas vestes negras e agourentas, e destroçarem o infiel com a mesma fúria que se acendia as fogueiras da idade média.

Eles representavam o poder estabelecido

Não foi a ignorância que ateou fogo aos que por essa ou aquela razão destoaram do pensamento dominante daquele período sombrio da humanidade: foram as autoridades, os esclarecidos, movidos por sentimentos, os mais insidiosos, que acenderam aquelas fogueiras do ódio para eliminar quem se atrevia contradizer os seus dogmas.

É o que parece acontecer agora com a professora Lourdes Rumanelly Mendes dos Reis, que ousou usar o livre pensamento e a liberdade de expressão para externar sua opinião sobre a homossexualidade, e viu cair sobre ela a matilha selvagem da moderna inquisição aparelhada para sufocar e, se possível arrancar a ferros o seu direito de expressão, assegurado pela Constituição Brasileira, num mergulho ao passado tenebroso que ceifou tantas vidas e reprimiu a inteligência de homens como Galileu, alvo da intolerância e do ódio dos que se achavam donos da razão.

A matéria reproduzida abaixo é um retrocesso do ponto de vista da liberdade de expressão, uma reprodução da intolerância que norteia muito da história da humanidade, onde o preconceito dita as normas e cria privilégios para minorias.

Um atentado a livre manifestação do pensamento, por mais obtuso que possa ser, construindo uma redoma para os que se fortalecem passando-se por coitadinhos.

Ideias e opiniões se combatem com ideias e opiniões, nunca com censura e retaliação mesmo que aparentemente legal, porque nem tudo o que é legal é legítimo.

Jampanews

DPE-PB e Aliança LGBTI+ entram com representação criminal contra professora

Para DPE, professora materializa o crime de homofobia/transfobia nas falas feitas em um vídeo nas redes sociais

-A Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) e a Aliança Nacional LGBTI+ protocolaram no Ministério Público da Paraíba (MPPB) uma representação criminal contra a professora de Biologia Lourdes Rumanelly Mendes dos Reis, que dá aulas em escolas de João Pessoa, por suposto crime de homotransfobia, cometido durante uma transmissão ao vivo (live) na rede social Instagram.

De acordo com o documento, as falas da educadora foram expostas no canal “The mind”, mantido por ela “com a finalidade de pregar a seus alunos/as/es os estudos da Biologia, atrelados a preceitos dogmáticos religiosos pessoais da mesma”.

Para a defensora pública Remédios Mendes, coordenadora da Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos da DPE, e para a Aliança Nacional LGBTI+, representada no documento por Marcel Oliveira, Dandara Oliveira e Yurick Lacerda, a professora materializa o crime de homofobia/transfobia nas falas transcritas abaixo:

“- Homossexualidade, ‘transgenialidade’ e práticas sexuais não reprodutivas, porque não vai gerar filhos, então acabou-se a espécie humana, até para os evolucionistas isso é uma agressão né?!?”.

“- […] sejam vistas como desvio, […] aberração, mas a bíblia vê como aberração mesmo, doença, perversão, é perversão mesmo, a bíblia vai definir, imoralidade e pecado”.

“[…] mas não é só deus que tá dizendo, é a genética também que tá dizendo, é a Biologia que também está dizendo”.
O documento pontua que alunos da Lourdes Rumanelly sentiram-se frontalmente atacados pela educadora, conforme demonstram comentários de estudantes nas redes sociais.

“É inaceitável e veementemente atacada a posição de defesa da representada, no sentido de tentar se valer do princípio de liberdade religiosa para justificar suas ações, uma vez que no tempus actum, a mesma não estava no exercício de suas liturgias clericais, e sim em momento de ensino-aprendizagem com alunos da educação formal.

Fazemos este alerta, pois é insofismável o viés ideológico e fundamentalista com que a representada enviesa o conteúdo das ciências biológicas, confundindo e constrangendo a todos/as/es alunos/as/es, assim como a comunidade LGBTQI+ aqui representada”, diz o documento.

O pedido de instauração de ação penal é fundamentado no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº. 46/DF e Mandado de Injunção nº. 4733 pelo Supremo Tribunal Federal, em que restou determinado o enquadramento por equiparação do crime de homotransfobia à Lei nº. 7.716/1989, em seu art. 20.

Inquérito policial

Além dessa representação criminal, Rumanelly Reis é alvo de um inquérito policial na Delegacia de Crimes Homofóbicos de João Pessoa, após denúncia formal feita pela Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados na Paraíba (OAB-PB), junto com entidades que representam a comunidade LGBTQIA+.

O presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-PB, José Baptista de Melo Neto, disse ao Portal Correio na quarta (15) que a denúncia protocolada afirma que a professora teria cometido crimes de ódio em razão da orientação sexual e identidade de gênero.

A denúncia diz ainda que a professora deve ser penalizada por cometer injúria e fazer declarações que afetam a honra das pessoas do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação sobre Mulher e Relações de Sexo e Gênero (Nipam) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que são responsáveis por um texto que ela comenta no vídeo. “Quis desqualificar o trabalho dessas pessoas”, disse José Baptista.

Pocurada pelo Portal Correio, a professora Rumanelly Reis não respondeu, até o fechamento desta matéria, à solicitação para que se posicionasse sobre a representação criminal.

Em nota pública nas redes sociais, ela afirma que em nenhuma de suas falas houve incitação ao ódio, à violência, à ofensa ou à depreciação dirigidas a qualquer ser humano, “o que se compatibiliza com a postura profissional ao longo dos 13 anos de exercício do magistério”.

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