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Professores decidem manter greve nas universidades federais após nova negociação

Os professores de universidades e institutos federais decidiram continuar em greve após novo encontro com o governo Lula (PT) nesta sexta-feira (14). A paralisação já dura dois meses e alcança 61 instituições.

Terminada a reunião, iniciada às 10h, os servidores disseram reconhecer uma disposição dos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e da Educação em negociar suas demandas, mas seguem insatisfeitos.

Brasília ofereceu, por exemplo, a revogação da portaria 983, que amplia a carga horária dos docentes. Também foi prometida a criação de um grupo permanente de trabalho para discutir a restruturação da carreira acadêmica.

Três indivíduos engajados em um protesto ao ar livre, onde dois deles tocam tambores com fervor. O homem à direita levanta o punho em sinal de resistência, enquanto a mulher ao centro, vestindo uma camiseta com a inscrição "Greve Geral Federal", toca um tambor menor. Uma bandeira vermelha com uma estrela branca é agitada ao fundo
Reprodução – Servidores federais da educação em greve fazem ato em frente ao Palácio do Planalto, enquanto o presidente Lula se reúne com os reitores das universidades federais – Gabriela Biló/Gabriela Biló/Folhapress

Não foi apresentada, porém, proposta de reajuste salarial ainda em 2024. Por isso, professores, representados pelo Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) resolveram seguir a paralisação.

O sindicato reivindica aumento de 3,69% em agosto deste ano, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio 2026. Brasília oferece 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

As propostas do governo nesta sexta serão levadas a assembleias nas universidades ao longo da semana que vem. Os professores serão consultados se elas são o bastante para encerrar a greve. A expectativa é por maciça negativa da oferta, aumentando a pressão por aumento salarial.

Em meio a cobranças, o governo lançou um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na segunda-feira (10) para as universidades federais e para os hospitais universitários, com previsão de R$ 5,5 bilhões em investimentos.

O ministro da Educação, Camilo Santana, também anunciou um acréscimo de recursos para o custeio das instituições federais, em um total de R$ 400 milhões. Desse total, R$ 279,2 milhões serão para as universidades e outros R$ 120,7 milhões para os institutos federais.

Assim, o orçamento de 2024 dos centros de ensino chega a R$ 6,38 bi. O valor já é superior aos R$ 6,26 bi de 2023.

Além de contemplar as instituições já existentes, o novo programa prevê a construção de dez novos campi pelo país, em São Gabriel da Cachoeira (AM), Rurópolis (PA), Baturité (CE), Sertânia (PE), Estância (SE), Jequié (BA), Cidade Ocidental (GO), Ipatinga (MG), São José do Rio Preto (SP) e Caxias do Sul (RS).

Mesmo com o acrescimento orçamentário, a presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e reitora da Unb (Universidade de Brasília), Márcia Abrahão, cobrou uma solução para a questão salarial dos servidores das universidades.

No mesmo dia do anúncio, o presidente Lula cobrou o fim da greve dos docentes, dizendo não haver razões para seguir com o movimento. Isso irritou os servidores.

Curitiba/PR 03/06/2023 Trabalhadores e trabalhadoras da educação entraram em greve no Paraná. Uma marcha reuniu mais de 20 mil pessoas contra o projeto do governador Ratinho Jr que pretende privatizar escolas da rede pública estadual. A manifestação aconteceu na manhã desta segunda-feira (3) no centro de Curitiba em direção ao Palácio Iguaçu. Foto: Gibran Mendes/CUT Paraná

 

Folha/UOL

Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

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