Proibição de viajar com o filho menor revela o tamanho do desgaste que alcançou RC e pode estar antecipando a retenção do seu passaporte
Não podia ser mais devastadora a decisão do Juiz da Vara de Família da capital, Antônio Amaral, com relação ao poder familiar de Ricardo Coutinho. Ao proibir o filho mais novo de viajar na companhia do ex-governador para o exterior, o juiz reforça a desconfiança da sociedade e do deputado Gilberto quanto à integridade do suspeito, preventivamente incapaz de ter sob sua responsabilidade um vulnerável.
A mãe, uma contumaz contestadora do Poder Judiciário, teve seus direitos maternos preservados, o que pode ser uma nova manifestação do judiciário diante do conflito familiar, que se arrasta desde a separação do casal e que ganhou as manchetes pelos recorrentes duelos, onde alguns desfechos se deram em delegacias de polícia.
Essa supressão do direito familiar do ex-governador se constitui o aspecto mais cruel da sentença particularmente para quem já foi tudo nesse estado e agora sequer pode viajar na companhia do filho, já que lhe castraram o direito paterno em razão do mundo de suspeitas que encobre a figura do político e do cidadão Ricardo Coutinho diminuído na sua dimensão de celebridade.
Os aspectos jurídicos e políticos da Operação Calvário crucificaram o mandachuva socialista de tal forma que, dificilmente será candidato no próximo ano devido ao peso da cruz que depositou sobre os ombros e consequentemente do martírio ao qual será submetido caso resolva enfrentar o veredito das urnas nas eleições municipais.
Ricardo ainda não foi citado, mas essa exclusão pode estar vinculada ao que ainda resta de apoio no interior do Governo supostamente localizado nas esferas nebulosas, nos corredores mais sombrios, nos labirintos mais poluídos e ameaçadores da máquina pública que ele construiu e ainda insondáveis pelas investigações preliminares.
Essas paragens dantescas do universo político socialista – uma mine réplica do que sonharam os mais delirantes líderes de esquerda, estão intocáveis, imunes, dentro do organismo politico concebido por Ricardo, em ação constante de intimidação, que não observa limites nem se detém diante de obstáculos, o que pode ser percebido pela manutenção e autonomia desses núcleos duros, em plena erupção na atual gestão, ao ponto de garantir que nada será alterado e a prova dessa situação seria o remanejamento e a permanência dessas figuras íntimas da gestão passada ainda preservadas e intocadas.
A viagem de Ricardo tomou ares de fuga diante dos desdobramentos ainda em evolução e a retirada do seu poder de família pode ser o primeiro passo para retenção do seu passaporte, determinação judicial que o jogaria no bojo das investigações policiais, antecipando novas fases da Operação Calvário, que podem traga-lo definitivamente, devorando o que resta de credibilidade de sua imagem de homem público.