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Projeto da Via Folia gera mais debates na Câmara Municipal

O projeto que disciplina a Via Folia continua produzindo repercussão. O projeto foi aprovado na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), e nesta quarta-feira o vereador Marcílio do HBE (Patriota) tentou explicar que não se trata de privatização, mas de organização. Ele usou a tribuna para enfatizar que o objetivo do projeto é modernizar e proporcionar mais segurança no trecho da avenida Tito Silva e Epitácio Pessoa, em que desfilam os blocos da prévia carnavalesca Folia de Rua.

“Não é privatização. Continuará gratuito, mas também com mais organização segurança. Você que gosta e curte a folia, o turista que vem investir na cidade, terão mais segurança”, salientou.

Já o vereador Junio Leandro (PDT) (foto ao lado) reafirmou seu posicionamento e seu voto contrário ao projeto que disciplina a Via Folia, justificando que a medida exclui da organização do pré-carnaval a Associação Folia de Rua. “Esse projeto tem como principal ponto negativo praticamente eliminar a Associação Folia de Rua, que é a entidade histórica que faz nosso carnaval de rua há 30 anos. A partir do momento em que o projeto diz que vai ser criada um comitê, composto por secretarias do município, mas não contempla as pessoas do Folia de Rua, eles estão sendo excluídos”, avaliou, criticando ainda a rapidez com que o projeto foi apreciado na Casa.

De acordo com o parlamentar, o órgão criado pelo projeto é quem vai organizar os trios, os produtos a serem vendidos, além das atrações da festa. “É ele quem vai fazer toda a organização do Folia de Rua. Ele tem, sim, o poder nas mãos para privatizar, de fazer carnavais com cordões de isolamento. O projeto não vai colocar lá que privatiza, óbvio, mas ele dá esse poder a quem estiver à frente desse órgão ou dessa comissão”, afirmou Junio Leandro.

“Sou contra porque acho que o Folia de Rua vem fazendo esse carnaval há 30 anos e quem deve gerir a folia para o povo é essa associação”, reiterou o parlamentar.

O vereador Marcílio do HBE (Patriota), autor da iniciativa aprovada na Casa, defendeu o projeto. “Eu jamais iria apresentar um projeto que iria causar um mal ao cidadão pessoense”, enfatizou o parlamentar.

Os vereadores Zezinho Botafogo (PSB) e Bispo José Luiz (Republicanos) também defenderam o projeto aprovado, mesmo tendo votado pela abstenção à época da votação. “Confesso que me abstive, porque não entendi. Depois conversamos e entendi que esse projeto não é privatização, não é atraso, é avanço para a cidade e para os envolvidos”, afirmou Bispo José Luiz, enfatizando que o projeto não vai prejudicar a cidade nem o evento.

Sobre a reunião com representantes dos trabalhadores do comércio informal que se reuniram em frente à sede da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), ontem (29), reivindicando participação no comitê gestor da ‘Via Folia’, o vereador relatou: “Fomos lá debater, conversar e chegamos a um acordo. Eu disse que na minha juventude também fiz o papel deles, de ser ambulante. Por que eu seria contra eles, que para muitos são a resolução da festa? Por que faria um projeto para prejudicar pais de família, mães, que trabalham dia e noite? Segregação com a pipoca? Pipoca é o charme da festa. Também fui pipoca. É uma festa popular, democrática, de todas as pessoas”.

Por fim, asseverou: “O projeto não privatiza nada”.

O acordo fechado com os comerciantes prevê que, caso o prefeito sancione a lei aprovada na Câmara, será elaborada uma emenda incluindo os vendedores informais no comitê gestor do Via Folia. O próprio Marcílio do HBE se comprometeu a criar e apresentar o texto da emenda.

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