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Ricardo reina absoluto em terra de muro baixo; socialista dá golpe de mestre e ressurge dos escombros da Calvário livre das tornozeleiras e dos sudários

Os acontecimentos judiciais e políticos recentes apontam para o soerguimento do ex-governador Ricardo Coutinho já livre das tornozeleiras e das graves e soturnas acusações de mandante de crime como também podendo ser identificado como o autor da engenharia política que uniu Progressistas e Cidadania em torno de uma das candidaturas mais robustas para concorrer à prefeitura da capital.

Cícero já não revela mágoas de Ricardo

Sem as tornozeleiras, Ricardo dilui o discurso dos adversários e tempera sua proverbial ousadia para enfrentar qualquer estratégia que queira se aproveitar dos estragos da Operação Calvário contra suas preensões de poder absoluto nessa terra de muro baixo.

Retirado legalmente da sepultura do cadáver que carregava nas costas, Ricardo deve engrossar o tom do discurso sem receio de ver atirada a sua cara a mortalha de Bruno Ernesto. Esse estigma já não lhe serve já que a Justiça paraibana o eximiu de qualquer envolvimento na morte do indigitado jovem.

Ele adestrou os dois e amansou as feras

Politicamente destroçado pelos ecos da Operação Calvário, Ricardo pode fazer frente a isso dizendo que todos calçam 40 e não estaria muito longe da verdade sendo que ele tem obras para apresentar de tal dimensão que o coloca bem a frente dos seus concorrentes.

Mas, como o eleitor da capital não é um eleitor qualquer e como as provas de que meteu a mão no alheio são irrefutáveis e arrasadoras nada como preparar um plano B, e isso ele fez com maestria ao colocar um Cavalo de Troia na chapa de Cícero Lucena.

Léo funciona como cavalo de Troia na chapa de Cícero

Amargando duas derrotas consecutivas no maior colégio eleitoral do estado na disputa pela prefeitura de João Pessoa, onde reinou e se projetou, Ricardo resolveu fazer um enxerto na capital e colocou na chapa de Cícero um preposto da mais absoluta confiança, usando para isso a força de sua influência dentro do Cidadania aonde todos continuam lhe prestando continência presos a sua órbita política.

A chapa de Cícero Lucena é a prova viva do poder devastador de Ricardo na vida pública paraibana e por mais que os cardeais do partido, dito do Governador, saiam a campo para trombetear que a escolha de Léo Bezerra foi um consenso, sabe-se que ela foi uma imposição e uma consumação dos planos nebulosos, antecipadamente traçados nas antecâmaras do Governo e previamente elaborado pelo gênio político de Ricardo.

Numa jogada de mestre, Ricardo submeteu as principais forças políticas do estado na capital e transformou em acólito o mais magoado dos seus adversários.

Palmas para ele.

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