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Rui Leitão toma posse na Academia Paraibana de Letras

A Paraíba ganhou um novo imortal da Academia Paraibana de Letras (APL) nesta terça-feira. O jornalista e escritor Rui Leitão tomou posse na Cadeira número 28, antes ocupada pelo padre Marcos Augusto Trindade, que faleceu em setembro de 2021, após ser eleito com 17 votos. Na solenidade de posse, ocorrida na Fundação Casa de José Américo, em João Pessoa, o novo membro ressaltou a honraria em seguir o legado de seu pai, Deusdedit Leitão, também imortal na instituição.

“Sentimento de alegria e de honra. Ingressar na Academia de Letras de sua terra é uma aspiração para todo mundo que se dedica a escrever ao ofício, é o auge da carreira e do reconhecimento do exercício que você abraçou. Para mim é uma honra de uma forma mais pessoal porque vou ocupar uma Cadeira numa entidade cultural que meu pai também já ingressou, tem um valor afetivo e emocional muito forte”, declarou Rui Leitão que é colunista do Jornal A União desde final de 2020, e também diretor de Rádio e TV da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC).

Entre livros, letras e participação ativa na APL, o ainda menino Rui Leitão cheio de sonhos acompanhava o pai nas missões diárias do amor pelo ofício de escritor e fomentador da cultura paraibana. Foi a partir disto, que Rui Leitão foi criando o interesse em participar das coisas que via Deusdedit Leitão, que ocupou a Cadeira de número 18, fazendo.

“A convivência com ele foi muito importante. De certa forma, estou trilhando caminhos que ele percorreu, isso é um legado que ele deixou e eu estou dando continuidade. A primeira pessoa que despertou em mim o desejo de um dia ocupar uma Cadeira na Academia Paraibana de Letras, ele é um exemplo para mim em tudo e me motivou para disputar a Cadeira”, afirmou.

O legado que atravessou gerações foi lembrado também pelo presidente da APL, Ramalho Leite, ao celebrar a posse do novo membro.

“Estamos revivendo a história porque o Rui vem ocupar uma cadeira na academia que um dia foi ocupada pelo seu pai, que é um benemérito desta instituição. De modo que, para nós, é uma satisfação muito grande recebê-lo pela história do pai e dele na imprensa, publicações de livros e no relacionamento com a sociedade”, destacou Ramalho Leite.

Deusdedit Leitão foi autor de 17 livros, entre eles, ‘Inventário do Tempo’ que agora terá uma nova história contada por Rui Leitão, sob o mesmo título, também em homenagem ao progenitor. Além disso, o novo imortal das letras paraibanas tem outros dois projetos de novos livros para publicação prevista para 2023. Ao todo, o jornalista possui cinco livros já publicados.

“Tenho alguns livros em construção. Um deles praticamente pronto, mas deixarei para lançar no próximo ano. Meu pai lançou um livro chamado ‘Inventário do Tempo’, eu não vou fazer uma autobiografia como ele fez, mas é um livro de reminiscências contando histórias que vivi, compartilhei, fui protagonista ou testemunha ocular e se chamará ‘Inventário do Tempo 2’, em homenagem a ele. Outro seguindo a linha dos que já lancei sobre canções, tratando a obra de Caetano Veloso, chamado ‘Caetaneando’. E um terceiro sobre a história do Sindicato dos Bancários na Paraíba, eles me contrataram para fazer o livro e deve ser lançado em abril do próximo ano, nas comemorações do aniversário do sindicato”, revelou Rui Leitão.

Na solenidade de posse, Rui Leitão foi apresentado por Hélder Moura, acadêmico que ocupa a Cadeira 26, que destacou a qualidade do jornalista e escritor para compor os imortais paraibanos da instituição. “É sempre motivo de muito contentamento recebermos um novo imortal do quilate do escritor Rui Leitão. Fiquei muito feliz e honrado quando ele me convidou para fazer o discurso de recepção porque tive a oportunidade de conhecer toda a obra dele e perceber toda a capacidade e talento que Rui tem, com isso ele constitui todos os atributos, condições e qualidades para integrar a academia paraibana de letras”, falou Hélder Moura.

Olhando para o futuro, Rui Leitão sabe que trilhará caminhos desafiadores na atual sociedade brasileira que vem, ano após ano, sofrendo com o distanciamento das pessoas dos livros. O Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019, de acordo com levantamento “Retratos da leitura no Brasil” divulgado em 2020, realizado pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural. Pensando no incentivo à leitura, Rui Leitão falou sobre a modernização e proximidade com a população já iniciado pela Academia e que ganha mais um entusiasta e impulsionador.

“A academia tem que se modernizar, tem que dialogar com a sociedade e, principalmente, com as novas gerações. E, por isso mesmo estamos fazendo um convênio com a secretaria de educação e estamos fazendo palestras e cursos nas escolas da rede pública e na própria academia, fazendo parcerias com universidades. Acho que isso é uma coisa que as academias da atualidade tem que fazer, dialogar com a população”, relatou Rui Leitão.

O homem que inspirou-se e contou com o incentivo do pai, busca incentivar cada vez mais pessoas desde iniciar a leitura de um livro a, um dia, integrar a Academia Paraibana de Letras e alcançar a imortalidade. Para estes, Rui deixou a mensagem:“Continuem escrevendo. A academia tem que estimular as pessoas que têm vocação para escrever, para que escrevam e produzam cultura. Se dediquem e perseverem porque um dia chegarão aqui”.

TRANSCRITO DO JORNAL A UNIÃOD

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