Rússia confirma fuga de Assad da Síria; paradeiro do ditador segue desconhecido
Comunicado de Moscou afirma que líder renunciou e deu instruções para transferência pacífica de poder
Um dos principais aliados da ditadura de Bashar al-Assad na Síria, a Rússia confirmou neste domingo (8) que o líder renunciou ao cargo e deixou o país. Comunicado de sua chancelaria afirma que ele deu “instruções para que haja uma transferência pacífica de poder”.
O Kremlin não esclareceu, porém, o paradeiro do ditador que há 24 anos governava o território com mão de ferro, tendo sido acusado inclusive de usar armas químicas contra a sua própria população. Afirmou ainda que “não participou das negociações”.
Dois oficiais do Exército haviam afirmado, sob anonimato, que Assad tinha embarcado em um avião em Damasco com destino desconhecido na madrugada enquanto os rebeldes tomavam a capital. Não se sabe onde ele está.
Dados do site de monitoramento de voos Flightradar24 indicam que um avião da Syrian Air decolou do aeroporto de Damasco no mesmo momento em que os insurgentes reivindicavam controle de Damasco.
A aeronave inicialmente se dirigiu à região costeira da Síria, reduto do grupo alauita que dá apoio a Assad, mas então fez uma curva brusca e seguiu na direção oposta por alguns minutos antes de desaparecer do mapa. Não há, por ora, informações sobre quem estava a bordo da aeronave.
O único voo rastreável saindo da Síria visível após a 0h no Flightradar24 partiu de Homs para os Emirados Árabes Unidos, mas isso foi horas depois que os rebeldes capturaram a cidade.
Rebeldes sírios anunciaram, em uma declaração televisionada no início deste domingo, que derrubaram o regime de Assad, acrescentando que todos os prisioneiros foram libertados após uma ofensiva relâmpago que surpreendeu o mundo e traz temores de uma nova onda de instabilidade em um Oriente Médio assolado pela guerra.
Na sequência, o comando do Exército da Síria notificou os oficiais que o regime de Assad havia terminado, disse um oficial sírio que foi informado sobre a medida à Reuters.
Transcrito da Folha/UOL