Sem dinheiro federal, Associação Folia de Rua suspende parte de atrações do carnaval 2025
A participação de Geraldo Azevedo, no carnaval 2025 de João Pessoa, e o Domingo Folia Criança, programação inédita na Lagoa Solon de Lucena, estão temporariamente suspensas. As duas atrações seriam promovidas pela Associação Folia de Rua. No entanto, até ontem (18) à noite, a entidade não teve acesso a R$ 600 mil do Ministério do Turismo (MTUR).
Com origem numa emenda parlamentar do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), ao Orçamento Geral da União (OGU), o dinheiro do órgão federal seria convertido em créditos para contração de artistas, mas até ontem não havia sido repassado à prefeitura da capital. Em razão desse atraso, a associação organizou uma assembleia com os representantes de seus blocos, na noite de ontem, no Teatro Lima Penante, em João Pessoa.
“A gente pode esperar até ontem. Já estamos operando com dificuldade em garantir as agendas de quem já foi contratado, os serviços, com base nesses R$ 600 mil”, disse o diretor-executivo da Folia de Rua, Jairo Pessoa. Em 2024, houve um atraso semelhante com o repasse da emenda parlamentar. Segundo Pessoa, o valor de R$ 1 milhão acabou sendo dividido com o Polo Via Folia.
Os primeiros festejos do Folia de Rua estão marcados para a próxima sexta-feira (21).“A gente contava com esses R$ 600 mil para pagar o show de Elba Ramalho”, declarou o presidente da entidade, Sérgio Nóbrega. A assembleia decidiu por não cancelar o show da paraibana, mas ainda não sabe de onde sairá o cachê de R$ 220 mil.
Pela primeira vez, o Domingo Folia Criança iria fazer os agitos carnavalescos dos pequenos, no Parque Solon de Lucena, com uma das seguintes atrações: Palavra Cantada; Patufu; ou Patati e Patatá. Mas, sem os R$ 600 mil, o projeto está suspenso.
Para um dos diretores do Bloco Doido é Doido, o rombo de R$ 600 mil ameaça os 40 blocos pessoenses, espalhados por 28 bairros, e que reúnem cerca de dois milhões de pessoas por meio da associação. “A gente tem uma previsão de gastos sobre palco e som, todos dentro do projeto de financiamento do Folia de Rua. A gente acabou destinando outros recursos para montar a estrutura de cortejo que a gente faz, com orquestra, para o bar, camisa e outros. Se essa parte do palco e som não existir, o bloco não sai”, explicou Hugo Belarmino.
Além do dinheiro do Ministério do Turismo, a Associação Folia de Rua também conta R$ 250 mil do governo estadual e R$ 1,4 milhão da prefeitura de João Pessoa. “A nossa parte a gente garante para a realização do carnaval”, asseverou Marcus Alves, diretor-executivo da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope). A nossa equipe de reportagem também entrou em contato telefônico com o Ministério do Turismo, mas não foi atendida. A Associação afirma manter o diálogo com as autoridades para tentar garantir os festejos de momo nos bairros neste ano.
Texto de Marcelo Lima para o Jornal A União desta quarta-feira, 19/2
Foto: João Pedrosa