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Trabalho remoto ocupou 115 mil pessoas na Paraíba no ano passado

A Paraíba registrou, em 2022, que 7,7% de seu pessoal ocupado realizava trabalho remoto, sendo 5,3% no formato de teletrabalho, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada ontem pelo IBGE. O levantamento reuniu informações por meio de um módulo temático sobre teletrabalho e trabalho em plataformas digitais, no 4o trimestre de 2022.

Do total de 1,489 milhão de pessoas ocupadas com 14 anos ou mais de idade, 115 mil realizavam trabalho remoto, 78 mil na modalidade de teletrabalho, entre os quais 74 mil no teletrabalho em domicílio e nove
mil fora do domicílio, enquanto cinco mil pessoas executaram as atividades laborais de teletrabalho tanto dentro como fora do domicílio.

O teletrabalho, uma modalidade específica de trabalho remoto, faz uso de dispositivos eletrônicos
pessoais, como computadores, tablets e telefones (sejam celulares ou fixos), para a realização das atividades laborais. Em relação ao rendimento médio mensal, a pesquisa constatou uma grande disparidade entre os que realizavam teletrabalho (R$ 5.964) e os que não faziam (R$ 1.636), uma diferença de R$ 4.328.

A assimetria de rendimento médio entre os trabalhadores remotos não pode ser diretamente atribuída ao teletrabalho. Essa diferença está fortemente associada ao perfil predominante das pessoas que adotam o teletrabalho, sendo influenciada por diversos fatores, que incluem ocupações com maior nível de escolaridade, empresas inseridas em setores com remunerações mais elevadas, a presença de
infraestrutura para o teletrabalho no domicílio, bem como, a disponibilidade de acesso à internet de qualidade.

Entre as pessoas que realizavam teletrabalho no domicílio, o rendimento médio mensal era ainda maior, com valor de R$ 6.126. O estado ocupa a nona posição entre as unidades da federação. A média de horas
habitualmente trabalhadas de quem realiza o teletrabalho, no estado, era de 36,4 horas semanais, enquanto aqueles que não adotavam a modalidade possuíam carga horária de 37,1 horas. Esses valores estão abaixo da média brasileira, com 39,7 e 39,3 horas, respectivamente.

As plataformas digitais de trabalho conectam trabalhadores a empresas e clientes, e têm assumido uma importância crescente no mundo do trabalho. Quatro tipos de plataformas digitais de trabalho foram contemplados na pesquisa: aplicativos de táxi; aplicativos de transporte particular de passageiros (exclusive aplicativo de táxi); aplicativos de entrega de comida, produtos etc.; e aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais.

Embora a flexibilidade na escolha de quando e onde trabalhar possa ser apontada como uma vantagem do trabalho plataformizado, observa-se que os trabalhadores plataformizados, no estado, tinham, em média, jornadas semanais mais extensas (45,2horas) em comparação aos não plataformizados (37,2
horas), seguindo a tendência brasileira com médias de 46 e 39,5 horas, respectivamente.

Entre aqueles que trabalhavam por meio de plataforma digital em seu serviço principal, a pesquisa constatou que média salarial era de R$ 2.165, enquanto para aqueles que não trabalhavam, o valor chegava a de R$ 1.475. Ressalta-se que apenas 1,4% dos trabalhadores da Paraíba adotavam esse tipo
de trabalho (plataforma digital) como seu serviço de trabalho principal, média abaixo da brasileira (1,7%) e da capital paraibana (2,1%), porém acima da média nordestina (1,3%).

“Consideramos fundamental a disponibilização de uma base de dados que possibilite melhor quantificar
e compreender o fenômeno da plataformização do trabalho no país. Esse foi o objetivo da introdução do módulo na pesquisa”, afirmou Gustavo Geaquinto, analista do levantamento. Dados nacionais Em todo o país, a população ocupada de 14 anos ou mais de idade no setor privado – sem incluir empregados no setor público e militares – foi estimada em 87,2 milhões de pessoas no quarto trimestre do ano passado.
Deste total, 2,1 milhões realizavam trabalhos por meio de plataformas digitais, que são os aplicativos de serviços, ou obtinham clientes e vendas por meio de comércio eletrônico, tendo a atividade como ocupação principal. Deste total, 1,5 milhão de pessoas – ou 1,7% da população ocupada no setor privado – trabalhavam por meio de aplicativos de serviços e 628 mil as plataformas de comércio eletrônico.

O aplicativo de transporte particular de passageiros foi a plataforma digital mais utilizada pelos usuários (47,2%), seguido do serviço de entrega de comida, produtos, etc (39,5%), do aplicativo de táxi (13,9%) e do aplicativo de prestação de serviços gerais ou profissionais (13,2%). Gustavo Geaquinto informou que na distribuição por cor e raça, não foram observadas diferenças significativas entre os plataformizados e os que não utilizavam plataformas.

Matéria de Thadeu R0drigues para o Jornal A União

Foto de Tima Miroshnichenko/Pexels

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