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Política

Veneziano critica senadores contrários à valorização do SM e novas faixas de isenção do IR

No Senado, Veneziano defende a política de valorização do salário mínimo e novas faixas de isenção para o imposto de renda

O Vice-Presidente do Senado Federal, Senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) fez um duro pronunciamento nesta quinta-feira (24), no Senado Federal, em defesa da iniciativa do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) de retomar no país a política de valorização do salário mínimo e instituir novas faixas de isenção do Imposto de Renda, o que, na sua opinião, vai beneficiar diretamente a maioria da população brasileira.

No seu forte pronunciamento, Veneziano criticou os que ensaiaram se levantar contra as propostas e lamentou que ainda existam vozes a se posicionar contra uma política tão benéfica, que traz um reconhecimento aos que movimentam a economia do país. “O que mais me impressiona, presidente, é que no Brasil monárquico, no Brasil republicano, todas as oportunidades que nós temos de se fazer minimamente justiça, como nós estamos agora, numa política que é restabelecida, é difícil, e eu creio e identifico a dificuldade dos que tiveram a oportunidade de restabelecer esta valorização”.

Ele disse que a própria palavra “valorização” não pode ser muito bem empregada, mesmo com a adoção do ganho real ao salário mínimo, considerando que o seu valor ainda retrata uma dívida da sociedade e dos governos com a população. “Será, presidente Rodrigo Pacheco, que a palavra certa é valorização, para que tenhamos um salário mínimo e 1300 reais? Será que é valorização e reconhecimento para uma política de isenção e faixas para o imposto de renda? Creio que não é”.

Entretanto, Veneziano fez questão de ressaltar a inciativa, que vem após anos sem ganho real ao salário mínimo, apenas tendo a sua equiparação ao índice inflacionário. E voltou a criticar os contrários à proposta. “Depois de alguns anos que não ocorria, este governo (mostra) que é de fato comprometido com a esmagadora maioria da nossa sociedade, portanto, constituída daqueles que recebem um salário mínimo, quando muito, e ainda há uma resistência, até mesmo na fala. Aqui não está um representante, democrata, a dizer que não tenhamos o direito de poder expressar. Mas são temas que, tão sobejamente, trazem a compreensão, a obviedade do correto, do que é justo, do que é oportuno, do que é pertinente, que qualquer palavra, mínima que fosse, de resistência, não caberia espaço para tanto”, destacou o senador.

Ele lembrou que o crescimento econômico que o Brasil voltou a registrar no governo Lula se deve, em grande parte, à maior parcela da população, que é a que recebe até um salário mínimo por mês. “Se nós tivermos um bom crescimento, quem participou do crescimento, quem foi que fez com que esse crescimento econômico de PIB pudesse acontecer? A classe trabalhadora e a ela não é dado o direito de participar, minimamente que o seja? Para mim esse argumento não é, nem de longe, aceitável”.

Crítica aos que lucram em detrimento de quem sofre

Em outro trecho da fala, Veneziano disse aos que ousaram levantar a voz contra a política de valorização do salário mínimo, que direcionem suas críticas aos que estão no mercado financeiro a obter lucros altíssimos, com juros exorbitantes, em detrimento de uma parcela da população que sofre com o poder aquisitivo de seu salário.

“O que nós estamos aqui, de maneira responsável, de maneira equilibrada é dizer: há um ganho real. Agora, eu espeto, até o término deste mandato, puder ver desta casa, e quem sabe até da outra casa (Câmara dos Deputados) a disposição de questionar os dividendos, que são indecentes, de setores que especulam, principal e notadamente o setor financeiro”, relatou Veneziano.

Ele disse que deveria ser natural que os parlamentares reconhecessem os benefícios e a decisão firme do governo de propor as duas matérias. “Não é justo que nós não reconheçamos, nestas duas iniciativas, a presença da sensibilidade para com essa grande maioria da nossa população. Não é justo que nós não ofereçamos um debate para que, quem sabe proximamente, não continuemos a ter essas injustiças. Foi só o governo federal sugerir (…) e inclinar-se a dizer: vamos taxar as offshores, houve uma reação gigantesca (…) mas quando há quaisquer políticas como estas que nós estamos a reeditar depois de muitos anos, ainda existem pessoas que resistem às mesmas. Vamos falar sobre os dividendos que são absurdos, senhor presidente Rodrigo Pacheco, os dividendos das nessas estatais. Nós vamos ter que enfrentar esse debate”.

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